SEM ANISTIA

Movimentos fazem escracho em frente ao Dopinha, centro de tortura clandestina da ditadura

Manifestação aconteceu na manhã desta quarta-feira (8) em Porto Alegre, como marco do Dia em Defesa da Democracia; ato pediu ainda a criação de uma Comissão da Verdade Municipal

Intervenção feita durante o escracho promovido em frente ao DopinhaCréditos: Ziza Rabelo
Escrito en MOVIMENTOS el

Movimentos populares realizaram um escracho na manhã desta quarta-feira (8) em frente a um dos locais simbólicos da repressão promovida pela ditadura em Porto Alegre. O Dopinha, casarão localizado no bairro Bom Fim, foi um centro de tortura clandestino que funcionou principalmente entre os anos de 1964 e 1966.

O nome é uma referência ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgão que atuou como polícia política do regime. E, no Dia em Defesa da Democracia, criado para lembrar dos malsucedidos atos golpistas de 8 de janeiro, o Multiplicidade e o Movimento Esperançar fizeram uma manifestação pública no local.

Na intervenção, os manifestantes pediram a responsabilização daqueles que atentaram contra o regime democrático do Brasil, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e generais que participaram do planejamento de um golpe de Estado.

"Infelizmente, a gente tem pessoas hoje, até no poder público, que foram eleitas pelo voto popular fazendo apologia ao regime da ditadura brasileira, como é o caso do prefeito Sebastião Melo, que deu uma declaração nesse sentido na semana passada. A gente vem no antigo Dopinha, lugar da ditadura militar, onde pessoas foram torturadas, para trazer essa memória à tona, e pedir por justiça, verdade, e pautar justamente a compra desse prédio pelo poder público, que é um absurdo que ainda seja privado", avalia o dirigente do Movimento Esperançar e tesoureiro da JPT/RS, Pedro Henrique Vier, ao Brasil de Fato-RS.

Comissão Municipal da Verdade

Foram pintados dizeres em preto e vermelho como "A memória exige verdade/ justiça exige coragem", "Ainda estamos aqui" e o pedido de "Não à anistia, sim ao PL 023/25", referência ao projeto de criação da Comissão da Verdade Municipal protocolado pela vereadora Juliana de Souza (PT).

A parlamentar também entrou com um requerimento para criar a Frente Parlamentar em Defesa da Memória, Verdade e Justiça de Transição, em conjunto com o vereador Pedro Ruas (PSOL). O projeto se baseia nos mesmos moldes da Comissão Nacional da Verdade.

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