As pessoas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul enviaram uma carta ao presidente Lula em que pedem para serem os protagonistas da reconstrução de tudo que foi destruído pela pior tragédia climática do estado.
A carta foi entregue a Lula nesta quinta-feira (6), através do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que realiza um trabalho fundamental de solidariedade às vítimas da tragédia.
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“Infelizmente, neste dia 6 de junho de 2024, estamos novamente em meio à lama e destruição. Com imensa tristeza, temos que lhe dizer que nossa situação hoje piorou muito, é ainda mais grave, pois agora é muito mais gente do nosso estado do Rio Grande do Sul que foi atingida pelas enchentes de maio", diz um trecho da carta.
No documento, os atingidos também lamentam a morte de mais de 170 pessoas, a destruição de casas, comunidades e bairros, a tragédia ambiental e a perda de postos de trabalho, da infraestrutura de transporte, de educação, saúde, lazer, entre outros. “Estamos tristes, mas somos brasileiros e não vamos desistir nunca”.
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O movimento ainda acrescenta que no governo de Lula, a conduta do Estado Brasileiro tem sido muito boa. "Agradeça em nosso nome a todas as esferas de seu governo, e diga a todos que os atingidos do Rio Grande do Sul querem trabalhar junto com o Governo Federal na reconstrução de nossa vida nesta querência amada. Inclusive, de imediato, prever a participação popular na distribuição dos recursos que estão sendo destinados pelo Governo Federal, bem como na construção das moradias e toda infraestrutura necessária", pedem os atingidos em outro trecho.
A visita do presidente Lula
O presidente Lula voltou ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (6) para acompanhar de perto os trabalhos de reconstrução no Vale do Taquari, uma das regiões mais atingidas pelas enchentes do último mês.
Ele conversou com moradores do bairro Passo de Estrela, no município de Cruzeiro do Sul, e novamente se comprometeu com a construção de moradias para a população. O presidente também criticou a burocracia do processo.
"Acho que não tem ninguém no mundo que reclama mais da burocracia do que eu. Reclamo em fóruns internacionais, reclamo aqui dentro, porque é tudo muito difícil, muito complicado", disse. Diante da catástrofe no Rio Grande do Sul, Lula reforçou sua posição e reafirmou que é preciso dar uma resposta imediata ao povo. "Nós estamos trabalhando muito e temos que vencer a burocracia”.
Alexânia Rossato, da coordenação nacional do MAB, ressaltou a importância da visita do presidente Lula ao Vale do Taquari. “Queremos a participação dos atingidos no processo de reconstrução, sermos protagonistas das nossas próprias condições de vida, moradias, e da retomada dos nossos postos de trabalho", declarou.
O MAB tem experiência na construção de reassentamentos para os afetados por barragens, o que pode ser útil também para os atingidos pelas enchentes. "Pedimos que o governo federal acelere todo esse processo de reconstrução do Rio Grande do Sul, principalmente no aspecto das moradias, que é o clamor maior de todo o povo atingido aqui nesse estado", finaliza o movimento.