RECONSTRUÇÃO

Na China, Alckmin e Dilma anunciam investimentos de mais de 5 bilhões no Rio Grande do Sul

Vice-presidente se reúne com presidenta do Banco dos BRICS e acerta liberação de 2,6 bilhões de reais para reconstrução do estado gaúcho

Créditos: Divulgação VPR - Geraldo Alckmin e Dilma Roussef formalizam liberação de mais de 5 bilhões para o Rio Grande do Sul
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O Banco dos BRICS vai destinar 2,6 bilhões de reais para a reconstrução do Rio Grande do Sul depois da tragédia humanitária e climática que atingiu o estado. Além disso, haverá também a liberação de recursos de outras instituições que totalizam mais de 5,7 bilhões de reais para os gaúchos.

O anúncio da liberação desses valores foi feito nesta terça-feira (4) depois de encontro entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do BRICS, Dilma Rousseff.

Alckmin, que está em viagem oficial à China, se reuniu com Dilma em Pequim e, juntos, assinaram carta-compromisso de apoio ao Rio Grande do Sul. O texto formaliza a destinação de 495 milhões de dólares do banco para a reconstrução do estado (equivalente a 2,6 bilhões de reais). 

Além dos recursos do NDB, tomadores como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Banco Regional do Extremo Sul (BRDE) vão disponibilizar outros 620 milhões de dólares, totalizando 1,115 bilhão de dólares, equivalente a 5,75 bilhões de reais em investimentos.

Agradeço ao NDB, por meio da presidenta Dilma, por todo apoio que vem oferecendo ao povo gaúcho diante desta catástrofe sem precedentes. Tenho convicção de que a reconstrução do estado será maior que a destruição”, disse Alckmin.

Distribuição dos recursos

De acordo com a carta-compromisso, os recursos de 495 milhões de dólares (2,6 bilhões de reais), serão distribuídos da seguinte forma:

  • 200 milhões de dólares (1 bilhão de reais) para infraestrutura, incluindo investimentos em rodovias, pontes, vias urbanas e outras instalações.
  • 295 milhões de dólares (1,475 bilhões de reais) serão canalizados pelo BRDE e destinados às necessidades do Rio Grande do Sul.
  • 620 milhões de dólares (3,1 bilhões de reais) alocados exclusivamente para o estado serão concedidos por BNDES, BB e BRDE.

A presidenta Dilma destacou que o mandato do banco é focado em desenvolvimento sustentável e que está alinhada às necessidades do Rio Grande do Sul diante da catástrofe ambiental.

“NDB decidiu ter uma presença forte, dentro de suas possibilidades, no estado”. Dilma enfatizou o caráter flexível do banco na concessão de crédito, uma vez que nesse momento seria difícil determinar completamente os critérios de reconstrução. Ela garantiu que o banco tem mecanismos para monitorar a alocação de recursos, mas que não fará imposições sobre como devem ser utilizados. “Neste momento, é complicado prever inteiramente os critérios para a reconstrução do estado”, destacou Dilma.

Fake news bolsonarista

Os investimentos do Banco do BRICS para a reconstrução do Rio Grande do Sul foram alvo de fake news bolsonarista. A presidenta Dilma anunciou a liberação dos recursos no dia 14 de maio em uma postagem no X (antigo Twitter).

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Dias depois começou a circular nas redes sociais de perfis da extrema direita, a partir de texto assinado por José Fucs no site do jornal O Estado de S. Paulo, a informação de que a maior parte dos recursos do banco dos BRICS anunciados por Dilma ao estado gaúcho teriam sido aprovados antes de sua gestão na instituição.

A mentira espalhada pelas redes bolsonarista era de que o crédito teria sido negociado, de acordo com o periódico, pelo antecessor da petista no banco, Marcos Troyjo, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro

A assessoria de imprensa de Dilma, então, desmentiu a informação no dia 21 de maio, em nota oficial, detalhando como se deu a liberação do crédito bilionário e expondo que os recursos não foram aprovados durante o governo Bolsonaro. 

Transição verde e apoio ao G20

Alckmin e Dilma também trataram de temas como transição verde, crescimento econômico e as prioridades brasileiras na Presidência do G20.

O vice-presidente destacou a necessidade de o Brasil seguir avançando na transição verde e de fortalecer a indústria brasileira, por meio da diversificação da base produtiva, tarefa para a qual o NDB pode contribuir significativamente. 

Ele afirmou ainda o desejo do governo brasileiro de seguir aprofundando as relações com o banco multilateral, de modo a garantir apoio à agenda brasileira no G20, especialmente quando se trata da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.