Mais de 30 trabalhadores da plataforma P-53, operada pela Petrobrás, foram diagnosticados com intoxicação alimentar na última quinta-feira (2), segundo denúncia do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).
De acordo com relatos recebidos, a situação foi agravada pela persistência de problemas nas condições de higiene e segurança alimentar, evidenciando falhas no serviço de hotelaria da plataforma.
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As denúncias incluem casos de alimentos impróprios, como carne estragada e ovos deteriorados, servidos nas refeições dos trabalhadores. Além disso, há relatos de falhas nos equipamentos de refrigeração e falta de embalagens e utensílios adequados. A higiene deficiente, com camarotes sujos e infestações de insetos em áreas de alimentação, também foi relatada, assim como problemas nos sistemas de vacu-flush, gerando desconforto e riscos à saúde dos trabalhadores.
O aumento da demanda por atendimento de saúde devido a esses problemas levou até mesmo ao desembarque por exaustão de uma enfermeira responsável pelo atendimento dos trabalhadores. O Sindipetro-NF formalizou uma denúncia por meio de ofício às gerências da Petrobrás, exigindo ações imediatas para corrigir essas questões graves.
No ofício, o sindicato demanda a empresa que:
Emita CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho) para todos os trabalhadores afetados pela intoxicação alimentar.
- Emita CAT para a enfermeira desembarcada por exaustão.
- Abra uma comissão de investigação do surto, convidando o sindicato para participar.
- Cumpra o Parágrafo 6° da Cláusula 76 do Acordo Coletivo de Trabalho em Cabiúnas, garantindo qualidade na alimentação para todos os trabalhadores.
- Marque uma reunião urgente para discutir e implementar ações para melhorar a qualidade da alimentação na plataforma e demais bases da Petrobrás.
O sindicato ressaltou a gravidade da situação e a necessidade de medidas rápidas e efetivas para garantir a segurança e bem-estar dos trabalhadores offshore da Petrobrás.
Posicionamento da Sindipetro
O coordenador geral do sindicato, Tezeu Bezerra, reforçou que a situação denunciada demonstra o quanto a alimentação, parte de hotelaria e qualidade de vida dos trabalhadores à bordo das plataformas estão degradadas. "Apesar de estarmos há mais de um ano debatendo com a gestão da Petrobras, medidas efetivas não ocorreram", afirmou.
"Os trabalhadores [da área de alimentação] estão ganhando salários muito baixos e, além disso, a quaificação necessária muitas vezes não é exigida. Esse problema não se restrige à P53, mas acontece em várias plataformas", complementou o coordenador.
Por fim, ele defende que a vida e a alimentação do trabalhador devem ser dignas e que o sindicato fará o necessário para isso.
Posicionamento da Petrobras
Com relação a P-53, a Petrobras atuou prontamente na normalização do fornecimento de suprimentos, afetado por dificuldades com contratos de hotelaria offshore. Uma equipe dedicada tem mantido contato direto com as empresas em busca de soluções e trabalha em conjunto para encontrar alternativas efetivas e estabilizar a situação, evitando a recorrência dos fatos.
*Matéria atualizada no dia 7 às 16h38 para acrescentar o posicionamento da Sindipetro
*Matéria atualizada no dia 9 para acrescentar o posicionamento da Petrobras