A cúpula do G20, fórum internacional que reúne os países com as maiores economias do mundo, estará reunida nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro para debater assuntos relacionados à economia global. Nesse contexto, organizações da sociedade civil lançam uma campanha para pressionar pela taxação dos super-ricos para o fundo de adaptação climática.
Chamada de "Taxa os Bi!", a campanha conta com uma plataforma para o envio de e-mails de pressão para os chefes de Estado do G20, pedindo a inclusão da taxação de bilionários destinada à criação de um fundo de adaptação a eventos extremos para os países mais vulneráveis. A iniciativa vai buscar incidir na declaração dos líderes globais, documento final do evento.
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Liderada pelo NOSSAS, em parceria com a agência Cuíca, a campanha tem adesão de organizações da sociedade civil no Brasil e de outros países que integram o G20. Nas próximas semanas, uma série de ações está planejada para acontecer tanto no ambiente virtual, através de estratégias traçadas por influenciadores, artistas e jornalistas, quanto presencial, com intervenções nas ruas e na própria programação da cúpula.
"O Brasil é um dos países mais ameaçados pelas mudanças climáticas e seus efeitos devastadores. Neste ano, o país assistiu à trágica enchente no Rio Grande do Sul, à seca na Amazônia e às queimadas que espalharam fumaça por todo o território. Extinção de espécies na fauna tropical, escassez de recursos hídricos em regiões do semiárido, aumento da freqüência e da intensidade das inundações em grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo, são alguns dos efeitos previstos em relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas", alerta a campanha.
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Proposta de taxação
A iniciativa busca conectar a agenda da justiça social e tributária com a urgência da crise climática. Com base nos estudos econômicos de Gabriel Zucman, economista francês, a campanha reivindica um padrão global de tributação dos super-ricos em 2% de suas fortunas, para a criação de um fundo para subsidiar medidas de adaptação climática nos países vulneráveis mais impactados com os extremos climáticos. A campanha tem como foco a reivindicação da Justiça Climática, argumentando que quem mais sofre as consequências é justamente quem menos contribui para o problema.
A pesquisa da economista francesa Esther Duflo aponta que mais de 50% dos gases poluentes emitidos no mundo são provenientes de uma parcela mínima de 10% de uma elite econômica. São considerados super-ricos ou bilionários quem possui uma fortuna de pelo menos um bilhão de dólares. Segundo a revista Forbes, os bilionários do mundo tiveram um crescimento de 140% de sua fortuna em 2024 — ano marcado por tragédias climáticas em todo o planeta.
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