Na Favela dos Sonhos, antiga Favela Boca do Sapo, uma comunidade na cidade de São Paulo, uma iniciativa não governamental tem melhorado a qualidade de vida dos moradores. Os barracos, construções improvisadas e pouco seguras comuns ao local, estão sendo substituídos por casas construídas com um material incomum: tubos de pasta de dente.
O projeto é da ONG Gerando Falcões em parceria com a Favila, uma empresa social parceira da startup Polvo Lab. No site da ONG, eles explicam que o objetivo é “interromper o ciclo de pobreza e transformar a pobreza em item de museu”.
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As casas são feitas com estruturas em madeira e painéis feitos com tubos de pasta de dente reciclados, que são resistentes, isolantes e impermeáveis. Elas têm 27m², um ou dois dormitórios, encanamento, chuveiro, rede elétrica, entre outros atributos. As residências são modulares e desmontáveis, tornando possível montar uma moradia dessas em até 48 horas.
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A Favila, especializada na construção de casas sustentáveis, explica em seu site que essas moradias não são chamadas de “transitórias” pela sua durabilidade, pois apresentam alta durabilidade e são respaldadas com tecnologias de ponta e laudos laboratoriais. O termo “transitórias” se deve ao fato de que essa não é uma solução definitiva para o problema habitacional do Brasil, mas sim uma alternativa para trazer mais dignidade aos moradores periféricos enquanto o estado e a prefeitura não agem. Até o momento, mais de 20 dessas casas já foram entregues.
Iniciativa busca ser “um fator motivador para a mobilidade social”
A atuação da Gerando Falcões na favela vai além das moradias, contribuindo para mudar a cultura da comunidade. A transformação começou pelo nome. Boca do Sapo trazia um estigma muito grande para os moradores, inclusive na hora de procurar emprego. O novo nome, Favela dos Sonhos, foi escolhido pelos próprios moradores através de uma votação organizada pela ONG.
Para que os habitantes possam acompanhar essas transformações, uma placa mostrando os avanços, chamada de “dignômetro”, foi colocada na comunidade. São 98% dos espaços de uso comum revitalizados, 96% de moradores inseridos no mercado de trabalho e 95% das pessoas com qualificação profissional.