TV CULTURA

Crise com Tarcísio? TV Cultura demite funcionários e suspende seis programas

Emissora nega que aportes do governo do estado sejam a causa; sindicatos que representam os funcionários afirmam que isso pode se tratar de uma meia verdade

Programa Estação Livre está entre os suspensos.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A TV Cultura confirmou nesta sexta-feira (6), a suspensão da gravação de seis programas. Além disso, na última quarta-feira (4), a emissora anunciou vários afastamentos de colaboradores contratados como pessoa jurídica. O número oficial não foi divulgado

A emissora nega, no entanto, que o motivo dos cortes seja uma suposta redução do repasse de verbas do Governo do Estado de São Paulo. Fontes nos sindicatos de radialistas e de jornalistas, no entanto, afirmam que está ocorrendo contingenciamento de verbas por parte do Estado.

"A TV Cultura esclarece que a suspensão da gravação de alguns programas de sua grade, temporariamente --como Legião Estrangeira, Giro Econômico, Brasil, Mostra a Tua Cara!, Estação Livre e Entrelinhas--, nada tem a ver com repasse de verbas realizados pelo Governo do Estado de São Paulo", diz a nota.

"A diminuição de receitas da emissora está diretamente ligada à publicidade e prestação de serviços para terceiros e outros. A TV Cultura tem mantido relação amistosa com o governo, com o qual tem permanente diálogo. A maioria desses programas permanecerá no ar por meio de reprises, e as gravações serão retomadas em momento oportuno", diz ainda o comunicado da emissora.

Sindicatos com o pé atrás

Os dois sindicatos que representam os funcionários da emissora afirmam que a alegada falta de relação dos cortes com os aportes do governo do estado pode se tratar de uma meia verdade.

Segundo o site Notícias da TV, os aportes previstos para este ano para a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, são de R$ 104 milhões. O valor é 10% maior do que a dotação de 2023. A previsão, no entanto, é que R$ 13 milhões não devem chegar aos cofres da emissora.

Profissionais da emissora têm demonstrado preocupação. Há um mês, colaboradores com contratos como PJ não receberam o pagamento de agosto na data acordada. Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, expressou preocupações sobre possíveis cortes na comunicação pública do Estado.

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