Depois de uma batalha de um ano com o governo do Estado, o jornalista Luiz Fernando Toledo obteve neste sábado (22) o acesso aos salários de todos os apresentadores do programa Roda Viva, da TV Cultura, nos últimos dez anos.
A batalha teve início após a TV Cultura e a atual apresentadora, Vera Magalhães, abrirem o salário dela diante de fake news dos deputados estaduais bolsonaristas Douglas Garcia (PSL) e Gil Diniz (PSL), que diziam que a jornalista recebia R$ 500 mil mensais.
O valor de R$ 500 mil foi exposto pelos bolsonaristas em março de 2020, após o presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf, dizer que, apesar do parecer jurídico que o impedia de tornar público os valores, poderia divulgar o dado em um encontro pessoal com Diniz.
A fake news fez com que a TV Cultura e a própria Vera divulgassem o valor correto, de R$ 22 mil mensais.
"Diante dos números compatíveis com a prática de mercado, Douglas Garcia (PSL) e Gil Diniz (PSL) distorceram as cifras e divulgaram o valor total do contrato, um total de dois anos de salário. Ao produzir um número que fosse um escândalo, fizeram o que parece ser a sua única razão de viver: espalharam hashtags difamatórias com seus robôs", disse a TV Cultura em nota à época.
Diante disso, Toledo entrou com pedido, via Lei de Acesso à Informação, para ter acesso aos ganhos dos apresentadores anteriores. Depois de três instâncias, a Comissão Estadual de Acesso à Informação autorizou a divulgação.
Entre todos os apresentadores, o salário mais alto foi pago ao ex-editor da Veja Mario Sergio Conti, que atualmente é colunista da Folha de S.Paulo e apresenta o programa Diálogos, na GloboNews. Conti recebeu R$ 56 mil mensais entre 2011 e 2013.
O bolsonarista Augusto Nunes, atual Jovem Pan, obteve o segundo maior ganho, recebendo R$ 30 mil mensais entre 2013 e 2015 e R$ 25 mil entre 2015 e 2018. Em seguida, vem Vera Magalhães, com os R$ 22 mil mensais de salário.
Ricardo Lessa (2018 a 2019) e Daniela Lima (2019 a 2020), atual CNN, recebiam R$ 20 mil por mês.