A tragédia que já deixou mais de 640 mil desabrigados e desalojados no Rio Grande do Sul revela a falta de sensibilidade dos defensores do neoliberalismo no país, seja no cenário político ou na mídia corporativista.
Após o governador gaúcho Eduardo Leite, do PSDB, recuar e pedir desculpas sobre a desumana declaração de que as doações ao Estado iriam atrapalhar o comércio local, foi a vez da comentarista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, fazer uma comparação esdrúxula para se "solidarizar" com as pessoas que perderam tudo na maior tragédia climática do país.
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Colunista das "massas cheirosas", como já definiu os simpatizantes do PSDB de Leite, Cantanhêde comparou o roubo de suas joias no Natal de 2023 à situação dos desabrigados, que ocupam cerca de 770 abrigos no Estado.
"Você se põe na posição dessas pessoas que perderam tudo. Roubaram as minhas joias no Natal de 2023, foi doloridíssimo. Eu fico imaginando quem perdeu a casa, quem deu um duro danado para comprar uma geladeira, um fogão, uma cama, e não tem mais nada. A casa debaixo d’água", comentou a jornalista, que recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais.
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Misoginia
A jornalista da GloboNews coleciona uma série de declarações nonsenses com o intuito de atacar Lula.
Em novembro de 2022, após a vitória do petista nas eleições, Cantânhede fez um comentário misógino dizendo que a socióloga Rosângela Silva, a Janja, não deveria preparar a posse e sim limitar seu papel ao quarto do casal.
“O presidente é o Lula, tudo tem limite, tudo que excede pode dar problema. Há um incômodo com o excesso de espaço que a Janja vem ocupando”, disse. “Ontem, por exemplo, quando o Lula fez aquele discurso em que ele chorou quando falou da fome, quando ele derrapou ao desqualificar a responsabilidade fiscal, ela tava ali sentada”.
“Mas ela não é presidente do PT, ela não é líder política, ela não é presidente de partido. Por que ela estava ali? Qual é o papel da primeira-dama? A gente tem vários exemplos de primeiras-damas, desde a ditadura militar, dona Yolanda Costa e Silva super maquiada, super artificial, você tinha a mulher do Geisel, que era super discreta, dona de casa”, continuou.
“Depois, você vai na redemocratização, quem se esqueceu da Rosane Collor jogando a aliança fora, fazendo confusão, todo dia tinha briga. Ou seja, isso não é bom. Eu acho que um bom exemplo de primeira-dama foi a Ruth Cardoso que, como a Janja, tinha um brilho próprio, era uma professora universitária, era uma mulher super respeitada na área dela, e cuidou da comunidade solidária”.
Cantanhêde afirmou ainda que o espaço que Janja vem ocupando pode fazer com que ela queira dar opinião em decisões do governo do marido: “Mas ela não tinha protagonismo, ela não tinha voz nas decisões políticas. Se tinha, era a quatro chaves dentro do quarto do casal. Ou seja, já incomoda sim, porque ela já começou a participar de reunião, já vai dar palpite, e daqui a pouco ela vai dizer ‘ah, esse pode ser ministro, esse aqui não pode’. Isso dá confusão. Se é assim na transição, imagina quando virar presidente”.
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