Na ausência de Ricardo Nunes (MDB), que fugiu de mais um embate direto, jornalistas da mídia liberal novamente fizeram o papel de "debatedor" contra Guilherme Boulos (PSOL na entrevista de uma hora feita em substituição ao debate promovido pelo Grupo Uol, da família Frias, e a Rede TV, do ex-bolsonarista Marcelo de Carvalho na manhã desta quinta-feira (17).
No entanto, Boulos escancarou o conluio da mídia liberal - capitaneado pela Globo - para transformar o governador paulista Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) em uma espécie de Jair Bolsonaro (PL) de sapatenis para enfrentar Lula em 2026.
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"Eu estou enfrentando uma máquina muito poderosa, uma máquina que representa um projeto político-eleitoral da extrema direita e de setores da imprensa que sonham com um bolsonarismo moderado. Que querem o mesmo projeto de Bolsonaro, mas com alguém que se finja civilizado, que saiba comer de garfo e faca, que não use cloroquina", disparou.
Em seguida, Boulos falou do apoio dos grandes conglomerados de mídia ao ex-ministro de Bolsonaro, que se transformou no principal fiador da campanha de Nunes na disputa à prefeitura paulistana.
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"E esse projeto vê na eleição da prefeitura de São Paulo uma tentativa de usá-la como trampolim para que o Tarcísio deixe o governo e alce à candidatura presidencial. Esse projeto tem força, grana, voz, tem gente na mídia. Então, quando a gente enfrenta inimigos fortes, esses inimigos nos atacam. Mas, eu tenho casca grossa, Raquel. Eu não me deixo perturbar por isso porque eu tenho uma missão", emendou.
As faces de Nunes
A resposta foi dada a Raquel Landim, ex-Jovem Pan - atualmente no Uol -, que foi uma das vozes mais raivosas na defesa do ex-governo Jair Bolsonaro.
Antes, Boulos alertou aos jornalistas sobre as perguntas, quase sempre centradas em análises da pesquisa DataFolha, do grupo Uol, que tem usado ponderações que favorecem Nunes sem informar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A direção da Coligação Amor Por São Paulo, composta pela Federação PSOL-REDE (PSOL, REDE), Federação Brasil da Esperança (PT/ PCDOB/PV) e PDT, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral para impugnar a pesquisa divulgada pelo Datafolha divulgada no último dia 10 de outubro.
Em sua fala, Boulos lembrou os violentos debates do primeiro turno e o pedido de jornalistas para que fossem debatidas as propostas para a cidade, algo que ficou de fora também no debate transformado em sabatina pelo Uol/Rede Tv nesta quinta.
"Durante o primeiro turno, a gente viu a análise da imprensa de que não se debatia a cidade - até mesmo porque os debates foram muito rebaixados, violentos e agressivos. Quem está nos assistindo quer ouvir o eu vou fazer para a saúde, educação, inovação na cidade de São Paulo. Se a gente transformar essa entrevista numa análise político jornalista de campanha e não em um debate para a cidade, eu acho que a gente perde mais uma vez essa oportunidade. Eu queria fazer um apelo para que a gente gastasse esses minutos...", disse Boulos, sendo interrompido por Raquel Landim.
"Candidato, a gente está fazendo nosso trabalho jornalístico aqui e o senhor fazendo seu trabalho como candidato, cada um no seu papel. Eu sei que o senhor não é comentarista de pesquisa, mas vamos lá", disse. "Eu queria falar um pouquinho de sua rejeição", emendou a jornalista com nova pergunta sobre o Datafolha.