Integrante da extensa lista de demitidos da Globo, o narrador esportivo Jota Júnior, dispensado em março de 2023 depois de 24 anos de casa, resolveu ingressar na Justiça contra a emissora.
Ele reivindica reconhecimento de direitos trabalhistas durante o período que foi contratado como Pessoa Jurídica (PJ), sem carteira assinada.
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Além disso, Jotinha, como é chamado pelos amigos, também acusa a Globo de ter reduzido seu salário sem razão. O valor da indenização chega a R$ 15,8 milhões, somados todos os pedidos.
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A ação corre no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). O Notícias da TV, no UOL, teve acesso aos autos do processo.
Jota Júnior afirma que ficou sem registro em carteira durante quase 20 anos. Em 2019, a Globo começou a regularizar a situação dos funcionários, justamente para evitar futuros processos trabalhistas e fiscalização da Receita Federal.
Outros nomes do departamento de esporte da emissora, como Luis Roberto e Cléber Machado, também demitido, passaram a ter contrato pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
O narrador destaca, ainda, que seu salário foi reduzido em quase R$ 20 mil na mudança de modelo de contratação. Jotinha alega que não podia ficar desempregado e, por isso, se viu obrigado a aceitar a imposição da Globo.
Locutor disse que se sentiu “descartado” e “marginalizado”
Jota Júnior tem 74 anos dos quais 50 dedicados à carreira. Ele fazia parte da equipe do SporTV, do Grupo Globo, desde março de 1999. Participou da cobertura de dez Copas do Mundo e oito Jogos Olímpicos, entre outros eventos esportivos importantes
Logo que foi demitido, o locutor disse que já se sentia desprestigiado pela emissora nos últimos anos. Ele mesmo admitiu que não era mais escalado para transmitir os jogos principais.
“Percebi que já não me encaixava muito no que a direção queria nos novos padrões, na filosofia que estava implantando. Senti que estava meio descartado, marginalizado com relação aos principais eventos. Acho que foram minando a minha permanência nesses últimos anos”, desabafou.
“Falaram que a casa estava fazendo reajustes financeiros e que, no meu caso, não tinha nada a ver com entrega, com empenho. A justificativa que recebi foi puramente financeira. A sensação é de que não sou mais útil ao projeto. Machuca a gente realmente, mas é um processo natural das empresas, temos que entender isso também”, destacou Jota, que também teve passagens pela Bandeirantes e Rádio Gazeta.