Quem convive com gatos sabe: eles parecem viver no próprio ritmo, correndo pela casa, ignorando regras e até se incomodando quando uma porta está fechada. Outro hábito curioso e comum é a mania de lamber objetos que não são comida — incluindo plástico, couro e borracha.
Esse comportamento é conhecido como “sucção de lã”, embora valha para outras superfícies. De acordo com o Dr. Nicholas Dodman, professor emérito da Universidade Tufts e especialista em comportamento animal, cada gato tem suas próprias preferências. Ele estuda distúrbios compulsivos em animais há mais de 30 anos.
Te podría interesar
Mas por que, afinal, os gatos lambem sacolas plásticas ou objetos semelhantes?
Uma das explicações mais aceitas é a ligação com a fase de amamentação. Segundo Dodman, raças como os siameses — que tendem a mamar por mais tempo — demonstram esse tipo de comportamento com mais frequência. Quando separados precocemente das mães, esses gatos mantêm o instinto de sucção, que acaba sendo transferido para objetos.
Te podría interesar
LEIA TAMBÉM: Unicórnio da vida real: a rara e misteriosa espécie que intriga pesquisadores
Nem todos os especialistas, no entanto, concordam totalmente com essa teoria.
A veterinária Valarie Tynes, também especializada em comportamento, aponta que ainda faltam evidências científicas que comprovem a relação direta com o desmame. Mesmo assim, ela reconhece que lamber plástico pode ter uma função de conforto, como o hábito de bebês humanos de chupar o dedo.
Lamber, por si só, geralmente não representa um risco à saúde, desde que o gato não ingira o material. O problema maior surge quando o animal começa a comer objetos não comestíveis — uma condição chamada pica. Isso pode levar a obstruções intestinais graves, exigindo cirurgia e podendo até ser fatal.
Diante desse quadro, os especialistas alertam: se o gato ingerir qualquer item inadequado, é fundamental procurar um veterinário. Em muitos casos, será necessário descartar causas físicas, como parasitas, antes de considerar tratamento comportamental.
LEIA TAMBÉM: VÍDEO: Chimpanzés são vistos se "embriagando" em habitat natural
Alguns veterinários podem recomendar o uso de medicamentos semelhantes aos usados em humanos com transtorno obsessivo-compulsivo. Outras estratégias incluem enriquecer o ambiente do gato com brinquedos e atividades, ou oferecer alternativas seguras, como graminhas ou brinquedos mastigáveis.
E o mais importante: não culpe seu gato por algo que ele faz de forma instintiva. Observar o comportamento e buscar orientação profissional são os melhores caminhos para garantir o bem-estar do animal.
*Com informações de Live Science