A maior estrutura viva do planeta, ao contrário do que se possa imaginar, não é uma floresta nem um fungo — como o como o Amillaria ostoyae, que ocupa uma área equivalente a 1.655 campos de futebol e é considerado o maior ser vivo da Terra —, mas um complexo recifal submerso ao longo da costa nordeste da Austrália.
A Grande Barreira de Corais é uma formação biológica composta por cerca de três mil recifes individuais e mais de 900 ilhas, que, juntas, somam mais de 2.300 quilômetros de comprimento — equivalente, por exemplo, à distância entre Lisboa e Berlim.
Te podría interesar
Com uma área total estimada em 344 mil km², a Barreira é um ecossistema tão vasto que pode ser vista a olho nu do espaço, ou em imagens captadas por satélites como o Envisat, da Agência Espacial Europeia, e o VIIRS, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Créditos: ESA / divulgação
Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1981, o sistema de recifes é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, e abriga mais de 1.500 espécies de peixes e 400 tipos de corais, além de tartarugas marinhas, golfinhos, tubarões, aves e os ameaçados dugongos, os únicos mamíferos marinhos herbívoros do mundo, parentes dos peixes-boi e em vias de extinção.
Te podría interesar
Créditos: MTV/uutiset - reprodução
Além de atuar como uma espécie de regulador ecológico dos oceanos, os corais funcionam como uma “barreira natural” que protege o litoral australiano da erosão e de eventos climáticos extremos, como os ciclones tropicais.
A origem da estrutura remonta a cerca de 20 milhões de anos, mas sua forma atual começou a se desenvolver há cerca de 8 mil anos, com o fim da última Era Glacial.
No entanto, o ecossistema da Barreira está sob ameaça: segundo dados do governo australiano e do Australian Institute of Marine Science, o recife já perdeu mais da metade de sua cobertura de corais desde 1985, sobretudo devido ao aquecimento gradual dos oceanos, que provoca um fenômeno conhecido como “branqueamento” — um estresse térmico que expulsa as algas simbióticas dos corais, levando-os à morte.
Contribuem com o processo de degradação sistêmica, também, a acidificação dos oceanos, a poluição e as atividades de pesca predatória na região.
Veja, abaixo, um vídeo da Grande Barreira capturado da Estação Espacial Internacional: