O antropólogo brasileiro Eduardo Brondízio foi anunciado como um dos vencedores do Tyler Prize for Environmental Achievement 2025, prêmio internacional reconhecido como o "Nobel" do meio ambiente. Esta é a primeira vez, em mais de cinco décadas de existência do prêmio, que pesquisadores da América do Sul são contemplados.
Professor da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e da Unicamp, Brondízio dividirá a premiação de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,49 milhão) com a ecóloga argentina Sandra Díaz.
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Com uma trajetória de mais de 35 anos dedicada à pesquisa sobre populações amazônicas, Brondízio esteve à frente de estudos que apontaram que mais de um milhão de espécies do bioma estão ameaçadas de extinção. Além do trabalho realizado junto a comunidades brasileiras, suas investigações também abarcaram outros países.
Contribuições para a segurança alimentar global
O pesquisador também foi coautor de um estudo publicado na revista Nature que examinou a produção de alimentos em mais de 180 países. A análise revelou que, desde 1991, o setor perdeu 200 milhões de empregos, e há a previsão de que outros 120 milhões possam ser extintos até 2030. Os mais prejudicados são pequenos agricultores, comunidades indígenas e trabalhadores rurais de países em desenvolvimento.
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A organização do Tyler Prize ressaltou a relevância do trabalho de Brondízio na valorização da agricultura familiar para a segurança alimentar mundial. Segundo o comitê da premiação, suas pesquisas destacam a importância dos pequenos produtores no abastecimento global de alimentos e defendem a necessidade de investimentos para reduzir a pobreza e a desigualdade no setor.
Além disso, Brondízio e Sandra Díaz desempenharam papéis centrais na coordenação de um relatório global sobre biodiversidade publicado pela ONU, consolidando suas pesquisas como referências fundamentais no campo ambiental.