O Guardian reportou que Andrew Bowie, porta-voz de energia do Partido Conservador, criticou a comunidade científica climática, acusando-a de ser tendenciosa, e questionou a meta do Reino Unido de atingir emissões líquidas zero até 2050.
Para Bowie, a data estabelecida por Theresa May é "arbitrária" e não tem fundamento científico, afirmando que ela foi escolhida apenas como um "ponto final conveniente". Além disso, sugeriu que a participação do Reino Unido no Acordo Climático de Paris de 2015 poderia ser reavaliada, algo que só ocorreu antes com os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump.
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Apesar da meta de 2050 alinhar-se às recomendações do Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o meio do século, Bowie argumentou que não há justificativa científica para essa data.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), por outro lado, recomenda que as emissões globais alcancem o zero líquido até 2050 para ter uma chance real de limitar o aumento da temperatura global.
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Bowie criticou o IPCC, dizendo que os cientistas do painel são "tendenciosos" em sua abordagem. No entanto, ele não conseguiu apresentar cientistas que apoiassem sua posição. Em 2021, o governo conservador liderou um esforço global para adotar a meta de zero emissões líquidas até 2050, durante a COP26. Agora, Bowie questiona se essa meta pode prejudicar a economia britânica.
Estudos da OCDE, no entanto, indicam que enfrentar a crise climática pode, na verdade, beneficiar o crescimento econômico, algo que também foi apontado pela revisão Stern de 2006, que alertou sobre os danos econômicos de não agir contra as mudanças climáticas. Bowie, secretário interino de energia, afirmou que a revisão das políticas do partido poderia resultar em uma mudança na meta para 2050, com Kemi Badenoch, uma das principais figuras, sendo cética em relação ao compromisso de alcançar o zero líquido até esse ano.
Mike Childs, da organização Amigos da Terra, defendeu que as conclusões do IPCC, baseadas em anos de pesquisa científica, têm mais credibilidade que as opiniões de políticos.
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