COP 30 organiza círculos de debate para avançar com Acordo de Paris

Os grupos abordarão temas como financiamento climático, participação de povos tradicionais e governança climática

Créditos: Foto: Diogo Zacarias/MF
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A Presidência da COP30 anunciou, na última sexta-feira (11), a criação de quatro “círculos de liderança” voltados para temas centrais da agenda climática. A iniciativa busca acelerar o cumprimento do Acordo de Paris e ampliar o alcance das ações climáticas além das negociações formais que ocorrerão em Belém (PA), em novembro.

Os grupos abordarão: financiamento climático; participação de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Afrodescendentes; governança climática; e mobilização global. Atuarão de forma paralela às negociações da COP30, com o objetivo de apoiar a presidência brasileira ao longo do ano.

O “Círculo de Ministros de Finanças”, sob liderança do ministro Fernando Haddad (Fazenda), será responsável pela elaboração do Mapa do Caminho Baku-Belém. A meta é destravar o financiamento climático internacional, estimado em US$ 1,3 trilhão por ano até 2035. O grupo reunirá ministros, especialistas, representantes do setor privado e da sociedade civil para discussões periódicas.

Já o “Círculo dos Povos”, coordenado pela ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas), visa ampliar a presença de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes nas decisões da COP30. O grupo funcionará como espaço complementar às instâncias já existentes, garantindo que conhecimentos tradicionais sejam incorporados às negociações climáticas.

Outro grupo reunirá os presidentes das conferências climáticas desde a COP21 (Paris, 2015) para debater o fortalecimento da governança global e a implementação do Acordo de Paris. O ex-primeiro-ministro francês Laurent Fabius, que presidiu a COP21, liderará o grupo, que contará com os chefes das dez COPs seguintes.

O quarto círculo será dedicado ao “Balanço Ético Global”, uma das metas da presidência brasileira. Liderado por António Guterres, secretário-geral da ONU, e pelo presidente Lula, promoverá diálogos regionais com lideranças políticas, culturais, indígenas, religiosas e empresariais. As contribuições — em formatos como arte, música, poesia e documentos — serão levadas à COP30 como forma de mobilizar a sociedade para a agenda climática.

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