O Brasil deve enfrentar uma nova fase crítica de seca em 2025, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O fenômeno, que em 2024 atingiu com força a região Norte, agora se desloca para o Centro-Sul, onde os impactos podem ser ainda mais severos.
Atualmente, cerca de 1,9 mil municípios já estão em situação de seca, antes mesmo do auge da estação menos chuvosa. A área sob alerta se aproxima de 1 milhão de quilômetros quadrados. A maior preocupação é o Pantanal, que em 2024 viveu a pior seca da história recente, com incêndios de grandes proporções e níveis críticos nos rios da região.
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O rio Paraguai, que corta o bioma, apresenta níveis cerca de 40% abaixo da média histórica. Em março, as estações de Ladário e Porto Murtinho (MS) registraram vazões extremamente baixas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alertou que o Pantanal pode entrar em colapso caso o cenário se repita.
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O governo federal declarou estado de emergência ambiental em fevereiro e reforçou as ações preventivas para conter o avanço do fogo em regiões vulneráveis.
Segundo Ana Paula Cunha, do Cemaden, a estiagem que atingia a Amazônia agora se concentra no Centro-Sul, onde muitas áreas já apresentavam déficit hídrico desde 2023. “Embora tenha chovido em alguns pontos, o panorama ainda é de seca”, afirma.
A Bahia também preocupa: pesquisadores identificaram o primeiro registro de clima árido no país. A estiagem deve se intensificar, afetando ainda mais a população local.
Na bacia do rio Paraná, essencial para a geração de energia, o déficit de chuvas se arrasta há dois anos. No trecho entre as usinas de Porto Primavera (SP) e Itaipu (PR), a seca continua crítica, com vazões abaixo do mínimo histórico registrado em 2024.
O cenário reforça a continuidade da crise hídrica e aponta para riscos no abastecimento e na geração elétrica em 2025.
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