Em discurso durante os Diálogos Econômicos Brasil-França, realizados em Paris nesta terça-feira (1), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a mobilização de pelo menos R$ 1,3 trilhão em financiamento climático para nações em desenvolvimento até 2035. O evento marcou o fortalecimento da cooperação bilateral entre os dois países, com destaque para questões ambientais e econômicas.
Haddad destacou a importância da parceria com a França em um momento de "incertezas globais e desafios econômicos". Relembrou a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao Brasil em março de 2024, quando foram firmados acordos nas áreas de energia e meio ambiente. "Nossos líderes nos orientaram a aprofundar a cooperação, especialmente em financiamento verde, tributação justa e projetos estratégicos", afirmou.
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Crescimento econômico e sustentabilidade
O ministro citou dados positivos da economia brasileira em 2024, como um crescimento de 3,4% do PIB, taxa de desemprego em 6,6% (a menor da série histórica) e aumento de 6,2% na massa de rendimentos dos trabalhadores. No entanto, ressaltou que o cenário internacional exige medidas para garantir emprego, renda e desenvolvimento sustentável.
Um dos eixos centrais discutidos foi o Plano de Transformação Ecológica, que inclui a emissão de títulos verdes soberanos e a criação de uma taxonomia sustentável para direcionar investimentos a projetos ambientais e sociais. "Essa estrutura é essencial para atrair capital privado e alinhar o crescimento econômico à preservação do planeta", explicou Haddad.
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COP-30 e financiamento verde
Com a COP-30 marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), o ministro enfatizou a necessidade de ampliar o financiamento climático. Além de mencionar iniciativas como o TFFF (Tropical Forests Forever), que remunera países por manterem florestas preservadas, ele defendeu que os ministérios da Fazenda ao redor do mundo assumam um papel ativo na mobilização de recursos.
"Liderança global no século 21 será definida pela ação climática. Não há espaço para falta de ambição", declarou, reforçando o compromisso do Brasil com metas ambientais. O discurso completo foi divulgado pelo Ministério da Fazenda.