O mês de janeiro de 2025 bateu recorde de temperatura e foi considerado o mais quente já registrado na história do planeta, de acordo com análise do Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia. O mês registrou temperaturas globais médias 1,75 °C mais quentes do que os níveis pré-industriais, com temperatura do ar na superfície chegando a 13,23ºC.
O registro contrariou as expectativas de cientistas que apontavam que o ano de 2025 poderia ser mais frio do que 2024, que foi considerado o ano mais quente da história - mas ainda assim ser um dos mais quentes desde a Revolução Industrial.
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Porém, com o registro recorde de janeiro de 2025, os dados apontam que, de fevereiro de 2024 ao primeiro mês deste ano, o planeta ficou 1,61°C acima da média estimada de 1850-1900 usada para definir o nível pré-industrial. Um ponto que chama atenção dos cientistas é o fato de que, diferente dos anos anteriores, o fenômeno El Niño, consequência do aquecimento das águas do Oceano Pacífico Central, não está ativo. Pelo contrário, o mundo está sob efeito da La Niña, que ajuda a reduzir as temperaturas globais.
“Janeiro de 2025 é outro mês surpreendente, continuando as temperaturas recordes observadas nos últimos dois anos, apesar do desenvolvimento das condições de La Niña no Pacífico tropical e seu efeito de resfriamento temporário nas temperaturas globais”, diz Samantha Burgess, líder estratégica para o clima do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF, na sigla em inglês).
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De acordo com o Copernicus, os registros indicam "uma desaceleração ou interrupção na transição" para o La Niña, que pode desaparecer completamente até março.
"É isso que torna a situação um pouco surpreendente... Não estamos vendo esse efeito de resfriamento, ou pelo menos uma pausa temporária na temperatura global, que esperávamos observar", afirma Julien Nicolas, cientista climático do Copernicus.
Os locais onde as temperaturas foram registradas acima da média foram o sudeste da Europa, nordeste e noroeste do Canadá, Alasca e Sibéria, sul da América do Sul, África e grande parte da Austrália e Antártica.