Mundo registrou 41 dias de calor extremo em 2024 devido à crise climática, segundo pesquisa

Além do verão mais quente de todos os tempos, o ano que se encerra também marcou 13 meses consecutivos de recordes de calor na Terra

Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Populações em todo o mundo enfrentaram, em média, 41 dias adicionais de calor extremo em 2024 devido às mudanças climáticas causadas por atividades humanas, segundo estudo da World Weather Attribution e Climate Central. As alterações climáticas contribuíram para o agravamento de condições extremas, consolidando 2024 como um dos anos mais quentes já registrados.

Friederike Otto, cientista climática do Imperial College e chefe da World Weather Attribution, destacou que eventos como ondas de calor, secas e tempestades se tornaram mais frequentes e intensos, impactando milhões de vidas. "Enquanto a queima de combustíveis fósseis continuar, esses fenômenos se agravarão", alertou.

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Impactos globais do calor extremo

O calor extremo afetou diversas regiões do mundo. No norte da Califórnia e no Vale da Morte, as altas temperaturas desafiaram o dia a dia da  população. No México e na América Central, o calor extremo gerou preocupações sanitárias, enquanto no sul da Europa, temperaturas recordes levaram ao fechamento de pontos turísticos como a Acrópole, na Grécia. No Sul e Sudeste Asiático, escolas precisaram suspender as aulas.

A análise da equipe científica também comparou temperaturas registradas em 2024 com projeções de um cenário sem mudanças climáticas. Algumas regiões experimentaram até 150 dias de calor extremo além do esperado.

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Consequências

A pesquisa revelou que 26 dos 29 eventos climáticos extremos analisados neste ano tiveram ligação direta com as mudanças climáticas, causando ao menos 3.700 mortes e deslocando milhões de pessoas. Embora o padrão climático El Niño tenha influenciado alguns episódios, os cientistas concluíram que as alterações climáticas foram o fator predominante.

O aumento da temperatura dos oceanos e a intensificação de tempestades foram apontados como fatores que agravam chuvas torrenciais e calor recorde. Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, destacou que esses eventos se tornarão mais frequentes e severos enquanto as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas.

Alerta Global

Especialistas afirmam que o planeta está se aproximando do limite de aquecimento de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris. Caso as emissões de dióxido de carbono continuem no ritmo atual, eventos climáticos extremos serão ainda mais recorrentes.

Julie Arrighi, do Centro Climático da Cruz Vermelha, enfatizou que as mortes e danos não são inevitáveis. "Preparação e adaptação podem mitigar os impactos das mudanças climáticas. Todos os países têm um papel importante nesse processo."

A pesquisa reflete a necessidade urgente de ação coordenada para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e evitar maiores impactos no futuro.

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