Cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, descobriram que estrelas semelhantes ao Sol podem gerar explosões gigantescas de radiação a cada 100 anos, com uma frequência muito superior à estimada anteriormente. A informação veio a público nesta sexta-feira (13). O estudo, baseado em dados do telescópio espacial Kepler da NASA, foi publicado na revista Science.
Essas explosões, conhecidas como supererupções, liberam energia descomunal, equivalente a mais de um bilhão de bombas de hidrogênio em poucos minutos. Embora já se saiba que erupções solares comuns podem afetar comunicações e redes elétricas na Terra, as supererupções representam uma ameaça potencialmente mais grave.
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Os pesquisadores analisaram padrões de brilho de estrelas com características similares ao Sol, incluindo temperatura e tamanho, identificando 2.889 supererupções em 2.527 das 56.450 estrelas observadas. Isso sugere que, em média, cada estrela desse tipo passa por uma superexplosão a cada século, o que torna esses eventos 40 a 50 vezes mais frequentes do que se imaginava, segundo Valeriy Vasiliev, um dos autores da pesquisa.
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Evidências terrestres e impacto histórico
Os cientistas também analisaram registros indiretos desses fenômenos no próprio planeta. Isótopos de carbono radioativos encontrados em anéis de árvores e camadas de gelo sugerem que o Sol já produziu pelo menos cinco supererupções significativas ao longo da história. Três delas ocorreram nos últimos 12 mil anos, sendo a mais intensa registrada por volta de 775 d.C.
O enigma das supererupções futuras
Apesar das evidências, a pesquisa não permite prever quando ocorrerá a próxima supererupção solar. Segundo a cientista Natalie Krivova, os dados reforçam que mesmo fenômenos solares extremos fazem parte do comportamento natural da nossa estrela. Contudo, as descobertas alertam para a necessidade de precauções diante dos riscos que eventos dessa magnitude podem trazer para a Terra.
Essa nova compreensão do comportamento solar amplia o conhecimento sobre a interação entre o Sol e nosso planeta, além de servir como base para estudos futuros sobre a influência de fenômenos estelares extremos no sistema solar.
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