O Brasil realizou, na última quarta-feira (26), a primeira reunião de sherpas do BRICS sob sua presidência, em Brasília (DF). No encontro com representantes dos governos do bloco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a urgência do combate às mudanças climáticas como uma das principais pautas políticas do grupo, enfatizando a necessidade de uma mobilização coletiva para alcançar metas mais ambiciosas na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), programada para novembro.
Na abertura da reunião, realizada na última quarta-feira (26/2), Lula destacou o compromisso do BRICS com a Agenda 2030, o Acordo de Paris e o Pacto para o Futuro, reforçando a importância do bloco como um espaço de diálogo e diversidade para fortalecer um mundo multipolar e reduzir desigualdades nas relações internacionais.
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A presidência brasileira estabeleceu seis eixos de ação para o BRICS em 2025, incluindo a agenda climática como ponto central do quarto eixo. Lula sublinhou que o engajamento das economias emergentes nesse debate é essencial para proteger o tema de retrocessos políticos, em uma crítica indireta ao negacionismo climático atribuído ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"O Acordo de Paris e todo o regime climático enfrentam ameaças. Na COP de Belém, os líderes globais terão a responsabilidade de equilibrar ambição e financiamento na luta contra a crise ambiental", afirmou Lula. Ele reforçou que o BRICS tem peso político suficiente para impulsionar compromissos significativos na COP30, assegurando que crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade caminhem juntos.
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Cúpula climática em julho
O embaixador Maurício Lyrio, negociador-chefe do Brasil no BRICS, afirmou que houve consenso entre os países-membros sobre a necessidade de apresentar, na cúpula de chefes de Estado do bloco, em julho no Rio de Janeiro (RJ), uma declaração conjunta com estratégias para enfrentar as mudanças climáticas.
"Tivemos uma recepção muito positiva em relação à agenda climática. O presidente da COP, embaixador André Corrêa do Lago, também expôs as prioridades do Brasil, que foram bem acolhidas pelos demais representantes", declarou Lyrio
O que são os 'sherpas'
Os chamados sherpas são negociadores designados pelos países membros do Brics para liderar as tratativas que culminam na Cúpula de Líderes, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. No caso do Brasil, a coordenação dessas discussões cabe ao embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, que atua como sherpa brasileiro no bloco.
Durante a sessão especial com o presidente Lula, além dos delegados dos países que integram o Brics – Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã –, também estiveram presentes embaixadores de nações parceiras, incluindo Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
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