Alerta de terremoto: governo divulga nota e acusa Google por fake news

Em novembro passado, Google promoveu mudanças após bolsonaristas usarem cotação fake do dólar para dizer que moeda estadunidense havia disparado com a eleição de Trump, sinalizando hostilidade ao Brasil

Créditos: Reprodução/Commons
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Em nota oficial, divulgada pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o governo Lula se pronunciou sobre um alerta fake de terremoto para moradores do Rio de Janeiro e São Paulo pro meio de celulares com sistema Android.

ENTENDA: Alerta de terremoto causa apreensão entre moradores de SP e RJ

"O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), esclarece que os alertas de terremoto enviados na madrugada desta sexta-feira (14) para moradores de São Paulo e do Rio de Janeiro não foram gerados pelo Sistema Nacional de Defesa Civil por meio da Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP)", diz o comunicado.

Em seguida, o governo aponta que a origem da fake news é um sistema administrado pelo Google, uma das gigantes da tecnologia mundial.

"Os alertas foram emitidos pelo Google por meio de um sistema automatizado presente em dispositivos Android", diz o texto, que alerta ainda que "a Defesa Civil Nacional mantém sua estratégia de comunicação utilizando os canais oficiais já conhecidos pela população, garantindo informações seguras e confiáveis".

Mentiras no Google

Parte do pool das big techs, que causam polêmica mundo afora, o Google virou alvo de investigação da Advocacia-Geral da União (AGU) após divulgar cotações erradas sobre o dólar em novembro passado.

À época, extremistas apoiadores do ex-presidente usaram a busca da plataforma para criar uma fake news, de que o dólar havia disparado - e chegado a R$ 6,19 - com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, o que indicaria hostilidades à política econômica de Lula.

Eufóricos, apoiadores de Bolsonaro correram para as redes decretando que o país estava virando uma Venezuela diante da oscilação da moeda estadunidense.

Acontece que o valor divulgado pela Big Tech não era real. A fonte usada até esta quarta pelo Google era a empresa Morningstar, que se exime da responsabilidade sobre os dados. 

Enquanto a empresa apontava a cotação de R$ 6,12, por volta das 13h, a moeda era negociada a R$ 5,72 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), abaixo da cotação oficial do Banco Central do Brasil, que estava em R$ 5,76.

Após a fake news ganhar força e expor o erro da gigante de tecnologia, o Google promoveu mudanças na sua plataforma de buscas na web.
 

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