Nova espécie é identificada por fotografia em reserva ambiental de Minas Gerais

A nova espécie, encontrada na Reserva Biológica da Mata Escura, foi identificada pela fotografia publicada num portal de reconhecimento de plantas e animais, e homenageada com o nome de seu fotógrafo

Cajango ednardoi.Créditos: Ednardo Martins via Instagram
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Uma nova espécie de aracnídeo foi descoberta, de maneira inusitada, por um fotógrafo quilombola que compartilhou seu registro na plataforma fotográfica iNaturalist, que ajuda a identificar plantas e animais e serve como registro de fotografias naturais.

A nova espécie, encontrada na Reserva Biológica da Mata Escura, que fica localizada nos municípios de Jequitinhonha e Almarena, em Minas Gerais, numa área de transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga, foi descrita em estudo publicado no periódico Zootaxa no começo de janeiro de 2025. 

A fotografia tirada, no entanto, é de 2022, de autoria de Ednardo Martins, que vem do Quilombo Mumbuca, território 71% sobreposto à Reserva. 

Após "bater a foto" do aracnídeo e publicá-la no portal iNaturalist, Martins foi descoberto e homenageado pelo pesquisador que  identificou e pôde enfim descrever a espécie, Adriano Brilhante Kury, curador de aracnídeos do Museu Nacional (da Universidade Federal do Rio de Janeiro), que a denominou "Cajango ednardoi" — por ser membro do gênero Cajango e ter sido 'descoberta' por Ednardo. 

Cajango ednardoi. Créditos: Ednardo Martins

Brilhante Kury identificou a nova espécie através da fotografia publicada, e percebeu que ela já havia sido descrita por ele antes. Mas os últimos registros da espécie datavam da década de 1940, e foram feitos na Bahia. Então ele organizou uma expedição até o estado de Minas Gerais, na Reserva da Mata Escura, para tentar reencontrar o aracnídeo da foto — e dos registros. Levou mais de uma tentativa, mas eles reencontraram o opilião, que Martins então fotografou extensivamente.

Nas redes sociais, ele compartilhou os registros da Cajango ednardoi, opilião que "redescobriu". Confira aqui

Hoje, Martins trabalha como monitor ambiental da Reserva. Ele iniciou suas atividades fotográficas com interesse em aves e nos muriquis, o maior primata das américas, com ocorrência na região em que faz seus registros.

De acordo com a Agência Gov, um pesquisador americano que viu suas fotos pelo iNaturalist enviou recursos para o Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB) para financiar novas expedições fotográficas de Martins no Parna Alto Cariri, em parceria com o Instituto. 

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