Antártida: Gelo marinho apresenta recuperação após queda recorde, diz estudo

A recente desaceleração, no entanto, não é suficiente para descartar a hipótese de mudanças mais permanentes

Créditos: Alan Arrais/NBR/Agência Brasil
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

Pesquisadores dos Estados Unidos anunciaram que, em dezembro, o gelo marinho da Antártida mostrou sinais de recuperação, encerrando especulações de uma mudança permanente no padrão climático da região. A informação foi divulgada pelo Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC) nesta quarta-feira (8), destacando que o ritmo de derretimento durante os meses mais quentes da primavera — especialmente em novembro e dezembro — desacelerou, ficando abaixo da média histórica.

Esse movimento ocorre após um longo período em que os níveis diários de gelo marinho permaneceram em mínimas recordes ou próximas a elas, em meio aos anos mais quentes já registrados, impulsionados pelas mudanças climáticas globais.

De acordo com o NSIDC, ao final de 2024, a extensão do gelo marinho atingiu 7,3 milhões de quilômetros quadrados, um valor que se aproxima da média registrada entre 1981 e 2010. Esse aumento reverteu os números extremamente baixos observados em outubro e novembro do mesmo ano. “O cenário reflete a alta variabilidade na extensão do gelo marinho da Antártida”, observou o NSIDC.

Os cientistas apontam que o calor recorde nos oceanos, tanto na superfície quanto em profundidades maiores, desempenhou um papel significativo nessa dinâmica. Esse aquecimento foi parcialmente atribuído ao fenômeno El Niño, que intensificou as temperaturas globais desde 2023.

A possibilidade de que o aquecimento global esteja provocando alterações mais permanentes na formação do gelo ao redor do continente antártico tem sido motivo de preocupação desde 2016. De maneira especial, eventos marcados por derretimentos severos e prolongados, como os de 2017, 2023 e 2024, fortaleceram a hipótese de uma "mudança de regime" no comportamento do gelo marinho.

Embora a recuperação observada em dezembro tenha atenuado momentaneamente essa perspectiva, o NSIDC ressalta que os dados de um único mês não são suficientes para invalidar a teoria. “A recente desaceleração na perda de gelo traz um alívio, mas ainda não é suficiente para descartar a ideia de mudanças mais permanentes”, alertou a instituição.

 

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