EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

Crise climática prejudicou mais de 240 milhões de crianças a terem aula

No Brasil, mais de 1,17 milhão de estudantes tiveram suas aulas prejudicadas por condições climáticas extremas em 2024

Créditos: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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A crescente intensidade dos eventos climáticos extremos tem impactado diretamente a educação de mais de 240 milhões de crianças em todo o mundo, conforme aponta um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na última sexta-feira (24/1). Fenômenos como ondas de calor, ciclones, tempestades, inundações e secas estão contribuindo para o agravamento de uma crise educacional, especialmente em nações mais pobres e vulneráveis.

De acordo com o UNICEF, em 2024, cerca de 242 milhões de crianças tiveram suas atividades escolares interrompidas por condições climáticas adversas. Entre os riscos mais comuns, as ondas de calor se destacam, afetando as aulas de mais de 118 milhões de estudantes. 

O início do semestre letivo em setembro foi particularmente marcado por suspensões causadas por eventos climáticos. Pelo menos 16 países enfrentaram fechamentos escolares nesse período, com destaque para o tufão Yagi, que impactou 16 milhões de crianças no Leste Asiático e no Pacífico.

No Brasil, mais de 1,17 milhão de estudantes tiveram suas aulas prejudicadas por condições climáticas extremas em 2024. No Rio Grande do Sul, chuvas intensas em maio levaram às piores inundações do ano, forçando o fechamento de 2.338 escolas e afetando mais de 740 mil alunos. Na Amazônia, uma seca histórica interrompeu as aulas de 436 mil estudantes, principalmente em comunidades ribeirinhas e indígenas, expondo a fragilidade das regiões mais isoladas diante de tais crises.

Os impactos não se limitam ao encerramento temporário das atividades escolares. Segundo o UNICEF, a frequência crescente de desastres climáticos traz prejuízos de longo prazo à educação infantil. Esses eventos podem danificar infraestrutura escolar, materiais didáticos e sistemas de transporte, além de criar ambientes de aprendizado inseguros. Problemas de saúde mental e física, dificuldade de concentração e falhas na memória são outros desafios enfrentados pelas crianças em situações extremas.

“As crianças são as mais vulneráveis aos efeitos das crises climáticas. Seus corpos esquentam mais rápido, transpiram menos eficientemente e demoram mais para se resfriar em comparação aos adultos. Em salas de aula sem alívio para o calor, é impossível manterem o foco. E quando o caminho à escola está inundado ou quando a própria escola é destruída, a continuidade dos estudos é gravemente comprometida”, explicou Catherine Russell, diretora-executiva do UNICEF.

*Com informações de Climainfo

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