Indicado de Trump para pasta ambiental admite mudança climática, mas defende desregulamentação

Lee Zeldin, que deve comandar a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), participou de audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado na quinta-feira (16)

Créditos: Reprodução/PBS NewsHour
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Lee Zeldin, ex-congressista por Nova York e escolhido por Donald Trump para comandar a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), afirmou nesta quinta-feira (16), em audiência no Senado, que reconhece a existência da mudança climática provocada por atividades humanas.

Zeldin, conhecido por seu alinhamento com as promessas de campanha de Trump, defende a expansão da produção energética nacional e a revogação de diversas regulações ambientais implementadas durante a gestão do presidente democrata Joe Biden, que deixará o cargo na próxima segunda-feira.

Enquanto Trump frequentemente se referiu à mudança climática como uma "fraude" e minimizou sua relevância, além de propor medidas para intensificar a exploração de petróleo e gás, Zeldin adotou um tom mais moderado. 

Durante a audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado nesta quinta-feira (16), ele declarou acreditar na realidade do fenômeno climático, mas vinculou os comentários do ex-presidente a preocupações com os impactos econômicos de políticas ambientais.

"Creio que sua preocupação está relacionada aos custos econômicos associados a algumas dessas iniciativas, sobre as quais ainda há debates e divergências", afirmou.

Entretanto, a nomeação de Zeldin tem gerado críticas de grupos ambientalistas, que chamam atenção para sua fidelidade à agenda de Trump. Apesar das reservas, sua aprovação no Senado parece provável, dada a maioria republicana que respalda sua indicação. 

Zeldin também se comprometeu, durante a audiência, a priorizar a melhoria da qualidade do ar e da água. No entanto, evitou detalhar estratégias específicas para enfrentar o aquecimento global, o que gerou incertezas sobre seu compromisso com ações mais amplas em relação à crise climática.

Na quarta-feira (15), Chris Wright, o CEO da empresa de fracking que Trump nomeou para liderar o Departamento de Energia e que anteriormente afirmou que "não há crise climática", também admitiu em audiência no Senado que a mudança climática é uma "questão real". Uma das associações de ecologistas mais influentes dos EUA, a Sierra Club,  o definiu como um "negacionista climático que lucrou poluindo nossas comunidades e colocando em risco nossa saúde e futuro".

Acordo de Paris 

Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, um pacto internacional para conter o aumento da temperatura global. Biden reintegrou o país ao tratado, mas caso o republicano volte ao poder, essa decisão pode ser revertida.

*Com informações de AFP

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