O Mercado de São Brás, ícone da arquitetura com elementos art nouveau e neoclássicos, foi reinaugurado em Belém, no Pará. O espaço restaurado reúne mais de 300 lojas e feiras que oferecem produtos variados, como alimentos, artesanato e vestuário. A reabertura é apenas uma das várias iniciativas em curso na cidade para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro de 2025.
A cidade enfrenta uma verdadeira transformação urbana, com intervenções como obras de infraestrutura, mudanças no trânsito e expansão da rede hoteleira. “Mais de 30 obras estruturantes estão em andamento, realizadas em parceria entre governo federal, estadual e municipal, com o objetivo de deixar um legado duradouro para a cidade”, afirmou Valter Correia, secretário extraordinário da COP30.
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Ajustes na rede hoteleira
O evento, que deve atrair cerca de 60 mil participantes de 193 países, impõe desafios significativos à hotelaria local. Segundo Antônio Santiago, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-PA), a oferta atual de 18 mil leitos será ampliada para até 50 mil, com inauguração de hotéis de luxo, parcerias com plataformas como Airbnb e a utilização de transatlânticos como acomodações temporárias.
Além disso, escolas públicas serão convertidas em hostels provisórios, e um investimento de R$ 224 milhões permitirá a construção da Vila Líderes, destinada às delegações oficiais.
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Obras e legado urbano
As atividades da COP30 acontecerão no Parque da Cidade e no Hangar Centro de Convenções. O parque, com 70% das obras concluídas, incluirá áreas verdes, espaços culturais e esportivos. Já a infraestrutura urbana recebe atenção com projetos como o BRT Metropolitano e novos viadutos para melhorar a mobilidade.
Por outro lado, especialistas alertam para possíveis contradições. Roberta Menezes Rodrigues, da UFPA, destaca que, embora os investimentos tragam melhorias, algumas intervenções favorecem o transporte individual e a valorização imobiliária, gerando impacto social, como remoções de famílias em áreas afetadas pelas obras.
Protagonismo amazônico
A escolha de Belém como sede da COP30 é vista como uma oportunidade para destacar a Amazônia nas discussões climáticas. Lise Tupiassu Merlin, também da UFPA, enfatiza a importância do evento para incluir as perspectivas da região nos debates globais sobre justiça climática.
Com obras que totalizam R$ 4,7 bilhões, a COP30 promete transformar Belém, mas o desafio de equilibrar desenvolvimento, sustentabilidade e justiça social persiste como um ponto central do legado do evento.
*Com informações de Agência Brasil