Brasil registra 900 focos de queimadas em seis dias e supera marca no mês de janeiro

Todos os seis biomas brasileiros registraram queimadas nos primeiros dias de 2025

Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

Nos primeiros seis dias de 2025, o Brasil já contabilizou cerca de 900 focos de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número ultrapassa o total registrado nos 31 dias de janeiro nos anos de 2000 e 2001, quando foram computados 778 e 547 focos, respectivamente.

O cenário ocorre após o fechamento de 2024 com um recorde preocupante: 278 mil focos de queimadas ao longo do ano, o maior número desde 2010, quando o Brasil contabilizou 319 mil focos. Esse também foi o sétimo maior registro na série histórica iniciada pelo INPE em 1999.

Seca histórica e medidas emergenciais

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) aponta a seca severa de 2024, considerada a pior em 74 anos, como uma das principais causas do aumento no número de incêndios. A pasta afirmou que o agravamento da crise levou à aceleração de respostas tanto em âmbito federal quanto estadual.

Entre as iniciativas, destaca-se a conclusão da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, prevista para começar a operar ainda em 2025. Essa política, desenvolvida em meio à crise de julho de 2024, busca coordenar ações entre União, estados, municípios, sociedade civil e organizações privadas. “Essa articulação é essencial para respostas mais ágeis no combate aos incêndios”, ressaltou o governo em nota publicada na última sexta-feira (3).

Impacto nos biomas

Todos os seis biomas brasileiros registraram queimadas nos primeiros dias do ano. A Amazônia lidera com 310 focos, seguida pela Caatinga (301), Cerrado (182), Mata Atlântica (85), Pampa (10) e Pantanal (3). Em 2024, a Amazônia também foi o bioma mais afetado, com 140.346 focos registrados ao longo do ano, enquanto o Cerrado ficou em segundo lugar, com 81.468 focos.

A lista segue com a Mata Atlântica (21.328), Caatinga (20.235), Pantanal (14.498) e Pampa (424). O aumento nas queimadas em áreas como a Caatinga e o Cerrado, que são especialmente vulneráveis à estiagem, reforça o impacto da seca no avanço das chamas.

Estados mais afetados

Entre os estados brasileiros, o Pará encabeça a lista dos que mais queimaram em 2024, com 56 mil focos. Em seguida, aparecem Mato Grosso (50,5 mil), Amazonas (25,5 mil), Maranhão (22,8 mil) e Tocantins (17 mil).

O agravamento dos incêndios em todo o país reforça a necessidade de ações coordenadas e investimentos robustos para prevenção e controle, especialmente diante das mudanças climáticas e seus impactos nos ecossistemas brasileiros.

*Com informações de Eco e INPE

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