MUDANÇA CLIMÁTICA

Chuvas na África deixam mais de mil pessoas mortas em inundação

Apesar de emitir apenas uma pequena fração de gases de efeito estufa lançados no mundo, continente é o principal atingido pelas mudanças climáticas

Inundação deixa casas submersas na Nigéria.Créditos: Reprodução/Youtube
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Inundações severas provocadas por chuvas intensas devastaram cidades e vilas na África Ocidental e Central nos últimos dias. Até o presente momento, cerca de quatro milhões de pessoas foram afetadas e quase um milhão foram forçadas a deixar suas casas, de acordo com informações de agências humanitárias. 

Apesar de não ser possível precisar o número de óbitos decorrentes das enchentes, que contabilizam centenas de desaparecidos, já são mais de 1.000 mortes, segundo levantamento preliminar de autoridades locais. Esse número, no entanto, ainda não foi atualizado.

Entre os principais países atingidos estão Nigéria (200), Níger (265), Chade (487) e Mali (55) — com este último enfrentando suas piores inundações desde a década de 1960.

A expectativa, segundo a agência Bloomberg, é de que as chuvas continuem a marcar presença nas regiões afetadas nos próximos dias. 

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Situação crítica

De acordo com o site de notícias Africa News, os danos também se alastram em Camarões. No país, localizado na região ocidental da África Central, os relatos indicam pelo menos 10 mortes confirmadas, com bairros inteiros submersos, 185 escolas primárias e outras 13 secundárias inundadas, além da perda de mais de 1.100 animais de criação.

Na Nigéria, a Barragem de Alau, localizada a 20 km de Maiduguri, rompeu após semanas de chuvas intensas. O colapso da estrutura levou 300 presos a fugirem após um presídio ser inundado. No zoológico do Borno State Museum, a elevação do nível da água também levou crocodilos e cobras mortais a escaparem, além de ocasionar a morte de 80% dos animais preservados no zoológico.

Segundo o cientista Olasunkanmi Okunola, do Institute for Land and Community Resilience (ILCR), “o impacto da mudança climática é o que estamos presenciando agora”. Especializado na gestão de riscos em situações de inundação e adaptação climática, o pesquisador relata que “não há como evitar que grandes desastres aconteçam, mas há medidas que podemos tomar para diminuir o efeito”. Entre as propostas para o enfrentamento dos impactos estão um sistema de alerta precoce, melhorias na infraestrutura, sistemas de drenagem e estradas.

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