TEMPERATURAS EXTREMAS

Veja quatro dados espantosos sobre calor extremo que atinge o Hemisfério Norte

A combinação de aquecimento global com El Niño está quebrando recordes de temperatura ao redor do planeta

Calor extremo no Hemisfério Norte bate recordes.Créditos: Aaron Chown/AP/Reprodução
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As mudanças climáticas estão causando cada vez mais episódios de calor extremo e o Hemisfério Norte está enfrentando uma onda de calor sem precedentes, que tem causado impactos na saúde, no meio ambiente e na economia.

Nas últimas semanas, o verão do Hemisfério Norte bateu vários recordes de temperatura, que já eram esperados, mas aconteceram mais cedo do que o previsto.

A Organização Meteorológica Mundial já alertou semana passada: "estamos entrando em um território desconhecido". A primeira semana de julho foi a mais quente da história no mundo, assim como o mês de junho. A especialista em clima da Universidade de Reading, no Reino Unido, Hannah Cloke, vê a situação de forma "muito preocupante".

Segundo ela, o calor extremo não dá sinais de alívio no Hemisfério Norte. Apenas no cotinente europeu, as ondas de calor mataram cerca de 61 mil pessoas no ano passado, conforme estudo publicado na revista Nature Medicine.

As ondas de calor, relacionadas às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño, que ocorre no Pacífico, tendem a agravar o quadro de calor extremo. Veja quatro dados espantosos sobre esse fenômeno climático:

1. China enfrenta temperatura mais alta já registrada

No início do ano o norte da China enfrentava temperaturas de até -50°C, agora a situação se inverteu. No domingo (16), a região de Xinjiang, no noroeste árido do país, registrou 52°C, a temperatura mais alta já medida na China, de acordo com a mídia estatal. A previsão é que o calor persista por mais cinco dias nessa área.

2. Recorde de calor extremo nos EUA

Pode-se afirmar que quase um quarto da população estadunidense está sob alertas de calor extremo. Por 32 dias consecutivos, El Paso, no Texas, passou por temperaturas acima de 38°C.

As temperaturas não estão caindo nem à noite no Arizona: se mantém nos 32ºC mesmo quando o sol vai embora, o que vem preocupando cientistas.

A temperatura média das noites de julho no Arizona foi de 18,5°C no século XX. No Vale da Morte, na Califórnia, o recorde de calor já registrado na Terra ficou muito próximo de ser superado.

Nesse domingo  (16), a temperatura chegou aos 53°C — atraindo uma grande quantidade de turistas, que esperavam que a chegada dos 56°C, marca registrada em 1913 na região, fosse quebrada.

Episódios de "clima instável" no início desta semana estão previstos pelo Serviço Nacional de Meteorologia, onde chuvas em excesso poderão causar inundações repentinas em partes do Arizona e da Lousiana, do Vale de Ohio e nos Estados do noroeste.

3. Itália tem dias seguidos de temperaturas extremas

Temperaturas extremas se mantêm por vários dias seguidos na Grécia, na Espanha e na Itália. É esperada esta semana uma nova onda de calor que as agências meteorológicas italianas batizaram de Caronte — em homenagem ao monstro da mitologia grega considerado o barqueiro dos mortos em Hades.

No domingo (16), a onda começou a se deslocar do norte da África à Itália. São projetadas temperaturas em torno de 46°C nas ilhas da Sardenha e da Sicília, por exemplo, de acordo com as agências meteorológicas.

Até então a temperatura mais alta já registrada na Europa foi de 48,8°C, precisamente na Sicília, há dois anos atrás. A onda de calor sobre o continente europeu deve se intensificar no meio da semana. Com previsão de até 49ºC no Marrocos, o norte da África também está vivenciando altas temperaturas..

4. Na Grécia, milhares de pessoas precisaram ser evacuadas

Recentemente, ao todo 1.200 crianças foram evacuadas de um acampamento de verão na cidade costeira grega de Loutraki após um incêndio florestal ter começado em razão do tempo seco.

Risco de novos incêndios continua alto, segundo alerta do serviço meteorológico grego. Milhares de pessoas precisaram sair das suas casas, assistidas pelas equipes de emergência.Elas foram afetadas pelos incêndios. 

Havia "muitas frentes" de incêndios e ainda não havia sinal dos bombeiros, afirma à agência de notícias Reuters, Anna Vlachou, dona de uma casa em Kouvaras, que não teve seu imóvel tomado pelo incêndio.

Ventos fortes estão alimentando incêndios florestais ao redor do país, com centenas de bombeiros buscando formas de conter a multiplicação das chamas.

*Com informações de BBC News Brasil

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