CHINA EM FOCO

China anuncia pacote de medidas para apoiar economia em meio a onda de calor e seca recordes

Conselho de Estado do governo chinês divulgou apoio a empresas de energia e do setor agrícola para mitigar os efeitos das altas temperaturas e falta de chuvas

Créditos: CFP - O nível da água do rio Yangtze em Chongqing caiu durante a seca, município de Chongqing, China (24/8/22)
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O Conselho de Estado do governo chinês anunciou um pacote de medidas de política econômica para apoiar a economia do país em meio a ondas de calor e seca recordes. 

Durante reunião presidida pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang,   realizada nesta quarta-feira (24), o Conselho de Estado do governo chinês divulgou que o país apoiará as empresas centrais de geração de energia a emitir títulos no valor de 200 bilhões de yuans (US$ 29 bilhões) e fornecerá 10 bilhões de yuans em subsídios para materiais agrícolas.

Além disso, o governo central da China alocará 10 bilhões de yuans em fundos de reserva para apoiar principalmente as operações de cultivo de arroz no meio da temporada que foram severamente atingidas pela recente seca.

Desde julho, várias províncias chinesas, especialmente as do sul do país, testemunharam temperaturas extremamente altas.

O verão deste ano testemunhou a onda de calor mais forte desde que a China iniciou as observações meteorológicas em 1961, levando em consideração sua intensidade, duração, áreas impactadas e efeitos nas plantações, segundo o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais.

Também na quarta, a Administração Nacional de Energia se comprometeu a adotar mais medidas para aliviar a escassez de fornecimento de energia na província de Sichuan e no município de Chongqing, já que as infraestruturas de energia nas duas regiões enfrentam tensões com o calor extremo.

China alerta que pedidos de ajuda externa de separatistas de Taiwan não vão impedir a reunificação 

As tentativas das autoridades taiwaneses do Partido Democrático Progressista (DPP, da sigla em inglês) de pedir apoio a forças externas para buscar a "independência de Taiwan" não impedirão o caminho da China para a reunificação e o rejuvenescimento nacional. 

O aviso foi dado pelo porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, Ma Xiaoguang, nesta quinta-feira (25). Ele fez a declaração ao responder a uma pergunta da mídia sobre o recente lançamento do fórum Indo-Pacífico pela chamada Aliança Interparlamentar na China (Ipac, da sigla em inglês), que confundiu certo e errado na questão de Taiwan e falsamente chamou o continente chinês de "ameaça a Taiwan".

O Ipac é um pequeno grupo de elementos extremistas anti-China que tem tentado fazer provocações sobre a questão de Taiwan, observou Ma, que afirmou que o continente impôs sanções a alguns de seus membros.

"As tentativas das autoridades do DPP de conspirar com organizações tão hediondas não são nada além de tentativas ridículas de forças separatistas, apostando em forças externas anti-China, de buscar a 'independência de Taiwan'", afirmou. 

Enviado chinês na ONU alerta para perigos de nova Guerra Fria

Xinhua - Zhang Jun, representante permanente da China nas Nações Unidas, fala em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU na sede da ONU em Nova York, EUA (15/8/22)

O representante permanente da China no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Zhang Jun, alertou para os perigos de uma nova Guerra Fria e destacou a importância de salvaguardar a estabilidade estratégica global. 

A declaração do diplomata chinês foi feita durante uma reunião sobre o conflito na Ucrânia realizada na quarta-feira (24).

"A crise na Ucrânia e uma série de acontecimentos tensos recentes em todo o mundo mostram que devemos estar altamente vigilantes contra qualquer tentativa deliberada de provocar problemas e intensificar a divisão e o confronto, e devemos salvaguardar a estabilidade estratégica global", afirmou Zhang.

O embaixador observou que o mundo nunca deve permitir uma nova Guerra Fria e comentou que os fatos provaram que essa mentalidade e o confronto do bloco devem ser firmemente rejeitados.

Ele relembrou que ao longo dos 30 anos após o fim da Guerra Fria, a Organização do Atlântico Norte (Otan) continuou o processo de expansão para o leste, o que não tornou a Europa mais segura, mas, pelo contrário, plantou as sementes do conflito na Ucrânia. 

"Toda a humanidade vive em uma comunidade de segurança indivisível, e a segurança comum é do maior interesse comum de todos os países. A segurança de um país não deve vir à custa de outro país, e a segurança regional não pode ser alcançada reforçando as forças armadas de blocos", acrescentou.

A mentalidade da Guerra Fria e o jogo de soma zero são conceitos há muito ultrapassados ??no século 21, ponderou Zhang. Ele disse que a obsessão por forças militares e a busca de segurança absoluta só levará a uma escalada constante de tensões, o que não é do interesse de nenhuma das partes.

O diplomata chinês comentou ainda que embora as economias ao redor do mundo estejam profundamente integradas, alguns países seguem impondo sanções unilaterais e jurisdições de longo alcance, politizando e armando a economia, o comércio e a tecnologia. 

Além disso, em uma clara alusão à política externa dos Estados Unidos, Zhang observou que certo países insistem em dissociar e construir 'quintal pequeno, cerca alta', que levou a mais dificuldades na subsistência das pessoas nos países em desenvolvimento, e ameaçou a segurança alimentar, energética e financeira global, afirmou. "Os fatos provaram mais uma vez que padrões duplos e aplicação seletiva de regras devem ser firmemente rejeitados", disse.

Defender os propósitos e princípios da Carta da ONU e respeitar a soberania e a integridade territorial de todas as nações não deve ficar apenas na boca, instou, e todos os países devem cumprir esses princípios na prática com consistência em diferentes questões envolvendo diferentes países.

"O povo chinês tem uma profunda compreensão e fortes sentimentos sobre soberania e integridade territorial por meio de experiência em primeira mão. A China respeita consistentemente a soberania e a integridade territorial de outros países e está determinada a salvaguardar firmemente sua própria soberania e integridade territorial", finalizou.

Como os taikonautas se protegem da exposição à radiação solar

Agência Espacial Tripulada da China - Um quadro estático de um vídeo gravado por uma câmera da Estação Espacial da China.

O Sol é o centro da vida da Terra e provê energia, calor e permite a alimentação dos seres vivos. Mas também pode ser prejudicial e até mortal caso os devidos cuidados não sejam tomados. Sobretudo quando se está no espaço, como os taikonautas que vivem na Estação Espacial da China e que precisam de proteção extra contra a radiação solar. 

Os astronautas chineses contam com a ajuda da tecnologia para viver tão perto do sol. Como a máquina que mede a radiação solar, chamada de detector de partículas energéticas ou EPD, da sigla em inglês.

A máquina está estacionada no módulo de laboratório Wentian lançado em julho. Ele mede a energia, distribuição angular e composição da radiação. Com esses dados, os engenheiros podem calcular uma janela relativamente segura para os taikonautas fazerem caminhadas espaciais. Mesmo com a proteção de um traje espacial, ainda não é ideal tomar banho de forte radiação solar.

A radiação prejudica não apenas as pessoas, mas também a espaçonave. Mais de 40% das avarias das naves espaciais foram causadas pela radiação solar, de acordo com dados coletados pelo Centro Nacional de Ciências Espaciais da Academia Chinesa de Ciências.

Agência Espacial Tripulada da China - O detector de partículas energéticas a bordo da Estação Espacial da China.

O detector de partículas fornece dados críticos para a estação espacial localizar peças defeituosas e determinar o ciclo de vida de algumas peças-chave. No entanto, a proteção é apenas uma parte do trabalho do detector. Também facilita a pesquisa sobre como os humanos poderiam sobreviver em outros planetas.

A radiação fornece um ambiente de teste exclusivo que não está disponível na Terra. Em tal ambiente, muitos testes que seriam quase impossíveis no nosso planeta tornam-se mais fáceis, acelerando rapidamente o ritmo do desenvolvimento científico.

Um desses enigmas é a origem dos elétrons no interior do Cinturão de Van Allen, um dos dois cinturões de radiação a milhares de quilômetros da superfície da Terra. Embora exista uma grande teoria para explicá-la, a ciência carece de observação para prová-la. No entanto, os cientistas espaciais da China esperam que este detector possa ajudar a resolver o mistério.

Mais de 1.800 relíquias culturais perdidas no exterior retornaram à China na última década

CFP - Cabeça de bronze de um cavelo que pertenceram a esculturas dos 12 signos do zodíaco chinês em exposição no Poly Art Museum, em Pequim, em 2009.

Ao longo da última década, a China repatriou mais de 1.800 conjuntos de relíquias culturais perdidos no exterior. O balanço da recuperação desses objetos foi divulgado pela Administração Nacional do Patrimônio Cultural do país na quarta-feira (24). 

Os esforços para procurar e reaver as relíquias culturais perdidas avançaram nos últimos dez anos e tornaram essa tarefa um "cartão de nome de ouro" para promover intercâmbios entre países, segundo comentou Jin Ruiguo, funcionário do órgão chinês.

Entre as conquistas, o retorno da cabeça de uma estátua de bronze do cavalo do zodíaco chinês para a casa no Yuanmingyuan (o antigo palácio de verão), em Pequim. A recuperação da peça é considerada um passo crucial para reaver outras importantes relíquias culturais roubadas por invasores há mais de 100 anos. 

A cabeça de cavalo de bronze, que foi roubada pelas tropas britânicas e francesas há 160 anos, foi doada pelo falecido magnata dos casinos de Macau Stanley Ho ao Museu Nacional da China em 13 de novembro de 2019 para celebrar o 70º aniversário da fundação da República Popular da China. Ho comprou a cabeça por HK$ 69,1 milhões ($ 8,84 milhões) em um leilão em setembro de 2007.

As autoridades chinesas vêm tentando impedir o tráfico ilegal de relíquias por meio de diferentes métodos. Por exemplo, a administração lançou uma página na Internet dedicada à luta internacional contra o tráfico ilegal de bens culturais.

A página da Web tem links para dois bancos de dados, a Plataforma de Publicação de Informações de Relíquias Culturais Roubadas (Perdidas) da China e o Banco de Dados de Relíquias Culturais Estrangeiras Roubadas, que visam recuperar bens culturais perdidos.

O sistema de museus chineses também foi modernizado e amadureceu e atualmente conta com 6.183 estabelecimentos registrados em todo o país, entre os quais 91% oferecem entrada gratuita. As exposições anuais aumentaram 144% e o número de visitantes aumentou 119% em comparação com uma década atrás.

As capacidades de proteção e promoção de relíquias vem sendo aprimoradas por meios inovadores. As normas técnicas para proteção de afrescos antigos, conservação de cerâmica pintada, proteção de utensílios de laca, bem como monitoramento e controle ambiental atingiram padrões internacionais de primeira linha.

Com informações da CGTN, Global Times e CMG