O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) voltou a se pronunciar, na noite deste domingo (30), sobre o caso do influenciador Agenor Tubinambá, multado em R$ 17 mil por uma série de crimes ambientais, entre eles matar uma preguiça-real e praticar abusos e exploração de outras espécies, entre eles contra a capivara e um papagaio, para obter vantagem financeira. O jovem nega as acusações.
Através de um vídeo, Roberto Cabral, analista ambiental do Ibama, detalhou as autuações contra Agenor e procurou desmistificar a figura do jovem, que recebeu apoio em massa nas redes sociais quando foi obrigado a entregar ao instituto a capivara que batizou de "Filó" e que mantém como um pet. Uma decisão da Justiça do Amazonas proferida no último domingo (30), no entanto, concedeu a guarda provisória do animal a Agenor até o final do processo.
Te podría interesar
Agenor trabalha e vive em uma fazenda no município de Autazes, no Amazonas, e se tornou um fenômeno no TikTok ao exibir sua rotina com Filó, a capivara quem mantém como um animal de estimação. Nas postagens, costuma mostrar momentos considerados "fofos" com o mamífero roedor e outros animais. O caso gerou polêmica nas redes sociais, com muitos classificando o jovem como um "ribeirinho", que vive de forma "humilde" próximo à floresta e que "protege" os animais.
Segundo Roberto Cabral, do Ibama, Agenor não tem nada de humilde e cometeu uma série de infrações, que envolvem até mesmo mortes de animais silvestres.
Te podría interesar
"A primeira questão é que não se trata apenas de uma capivara a discussão sobre isso. Se trata de uma capivara, outra capivara que teria morrido, duas preguiças, sendo que uma delas morreu duas jiboias, uma paca, uma arara, dois papagaios, uma coruja, uma aranha, ou seja, uma série de animais que foram explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet", destaca o analista ambiental, frisando que tais práticas são proibidas o Brasil.
Na sequência, o agente do Ibama deixou claro o porquê não se pode classificar Agenor Tubinambá como um "ribeirinho" que estaria sendo impedido de viver com uma capivara que ele trata como se fosse sua.
"Se trata de um influencer, não de um ribeirinho. Ele não é um ribeirinho, ele é um fazendeiro, um peão boiadeiro. Não é uma pessoa hipossuficiente, é um influencer com milhares de seguidores, inclusive com assessoria de marketing e agora assessoria jurídica, não é uma pessoa que desconhecia leis. É um estudante de agronomia e que estuda em Manaus, onde está o Ibama. Ele poderia ter em algum momento já procurado o Ibama e entregue os animais", destaca Cabral.
"Vamos supor que ele tivesse encontrado a capivara, que tivesse em situação realmente de perigo e necessitasse de auxílio de socorro. Ele poderia ter entregue esses animais ao Ibama. Inclusive quando estavam retirando a capivara chegou o corpo de bombeiros com uma capivara para que o Ibama cuidasse dela. Então, as pessoas realmente tem o Ibama como uma referência e levam os animais para serem cuidados", prossegue.
Segundo o analista ambiental, a decisão judicial tomada no último domingo (30), que culminou na devolução da capivara, que estava no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Manaus (AM) para que depois fosse reintegrada à natureza, a Agenor, "prejudica e muito" sua reintrodução.
"A decisão judicial prejudica e muito a reintrodução desse animal. O melhor destino para a capivara não é ficar em uma casa, lembrando que é área desmatada e não existem capivaras naquele local. O melhor para ela é ser realmente livre junto com outros de sua espécie. O Cetas é o início desse processo. Nós lutaremos para que o melhor destino dela seja cumprido. Que é ser livre, mas realmente livre, realmente na mata e com outros de sua espécie, e não sendo humanizada", sentencia o agente.
Assista