MEIO AMBIENTE

Países produtores de petróleo fazem pressão na COP28

Lideranças na produção de combustíveis fósseis pressionam para tirar previsão de eliminar esses recursos

Países grandes produtores de petróleo fazem pressão na COP28.Créditos: Stevepb/ Pixabay
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O terceiro rascunho do Balanço Global da COP28 excluiu a previsão de eliminar o uso dos combustíveis fósseis. O texto cita, apenas, que a produção e o consumo de combustíveis fósseis serão reduzidos até 2050, mas não usa os termos “eliminação” ou “redução gradual”

Esses pontos têm sido alvo de polêmicas desde o início da COP. Neste sábado (9), alguns países líderes na produção de petróleo, como Arábia Saudita e Rússia, entraram em conflito sobre a eliminação total de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural. Eles defendem que o evento se concentre apenas na redução da poluição climática - mesmo os combustíveis fósseis sendo os principais causadores dessa poluição

Para os grupos ambientalistas, o novo texto quebra as expectativas de criação de uma política efetiva de combate ao aquecimento global ao não apresentar um cronograma claro e ambicioso para a transição energética.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, protestou contra a nova previsão do relatório. Ela afirma que o sucesso da COP28 depende da adoção de uma linguagem “clara e forte” sobre o uso de combustíveis fósseis.

O Brasil defende não só que a produção e consumo de combustíveis fósseis diminuam em breve, como os países ricos sejam os primeiros a adotar tal medida, além de colaborar com a justiça climática, que prevê que esses países devem arcar com os maiores custos para combater o problema.

Polêmica da COP28

A COP28 já começou contraditória. Com sede em Dubai, nos Emirados Árabes, o país tem uma política rígida contra os Direitos Humanos, o que deixou muitos ativistas apreensivos. Além disso, o presidente do evento é o sultão Ahmed Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e chefe de uma empresa petrolífera nacional, a Adnoc. 

O próprio Emirados Árabes é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, com a quinta maior reserva de gás. A nação foi basicamente construída na riqueza dos combustíveis fósseis. 

A COP28 tem ainda mais urgência que as edições anteriores, mas vive os mesmos dilemas em não avançar com o debate, principalmente sobre medidas efetivas para redução e adaptação à crise climática, além de políticas para promoção da justiça climática.