O terceiro rascunho do Balanço Global da COP28 excluiu a previsão de eliminar o uso dos combustíveis fósseis. O texto cita, apenas, que a produção e o consumo de combustíveis fósseis serão reduzidos até 2050, mas não usa os termos “eliminação” ou “redução gradual”.
Esses pontos têm sido alvo de polêmicas desde o início da COP. Neste sábado (9), alguns países líderes na produção de petróleo, como Arábia Saudita e Rússia, entraram em conflito sobre a eliminação total de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural. Eles defendem que o evento se concentre apenas na redução da poluição climática - mesmo os combustíveis fósseis sendo os principais causadores dessa poluição.
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Para os grupos ambientalistas, o novo texto quebra as expectativas de criação de uma política efetiva de combate ao aquecimento global ao não apresentar um cronograma claro e ambicioso para a transição energética.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, protestou contra a nova previsão do relatório. Ela afirma que o sucesso da COP28 depende da adoção de uma linguagem “clara e forte” sobre o uso de combustíveis fósseis.
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O Brasil defende não só que a produção e consumo de combustíveis fósseis diminuam em breve, como os países ricos sejam os primeiros a adotar tal medida, além de colaborar com a justiça climática, que prevê que esses países devem arcar com os maiores custos para combater o problema.
Polêmica da COP28
A COP28 já começou contraditória. Com sede em Dubai, nos Emirados Árabes, o país tem uma política rígida contra os Direitos Humanos, o que deixou muitos ativistas apreensivos. Além disso, o presidente do evento é o sultão Ahmed Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e chefe de uma empresa petrolífera nacional, a Adnoc.
O próprio Emirados Árabes é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, com a quinta maior reserva de gás. A nação foi basicamente construída na riqueza dos combustíveis fósseis.
A COP28 tem ainda mais urgência que as edições anteriores, mas vive os mesmos dilemas em não avançar com o debate, principalmente sobre medidas efetivas para redução e adaptação à crise climática, além de políticas para promoção da justiça climática.