MEIO AMBIENTE

Na COP28, Brasil assume compromisso com o combustível do futuro

Hidrogênio de baixo carbono é uma das opções para redução das emissões de gases do efeito estufa

Presidente Lula discursa na COP28, nos Emirados Árabes Unidos.Créditos: Ricardo Stuckert
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O Brasil assinou a declaração de intenções para a certificação e comércio de hidrogênio de baixo carbono, na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai. O documento busca promover o diálogo entre países importadores e exportadores  de hidrogênio e propõe o reconhecimento mútuo de sistemas de certificação de hidrogênio dos diversos países, o que fortalece o marco legal do hidrogênio. Ao todo 39 países assinaram o acordo, como Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Austrália, Namíbia e África do Sul.

O diretor de inovação da CNI, Jefferson Gomes, destacou a importância da regulamentação para promover a transição energética. “Para a produção de hidrogênio verde é preciso ter regras, por exemplo, sobre a produção de energia, equipamentos de produção, armazenamento. Portanto, o trabalho de engenharia tem que ser comum a todos os países. A declaração é uma oportunidade para termos padrões mínimos de produção e de segurança dos produtos”, concluiu.

O Brasil está entre os países mais competitivos do mundo no custo de produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Um dos objetivos do Brasil é garantir a inserção competitiva na produção e uso do hidrogênio e nas cadeias industriais e tecnológicas associadas. “O MME participou da elaboração e endossou as declarações, que estão em linha as ações prioritárias do Programa Nacional do Hidrogênio. Temos potencial para produzir 5% de toda a demanda mundial de hidrogênio de baixo carbono na próxima década”, explicou o Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral.

Combustível limpo

O hidrogênio de baixo carbono é produzido a partir da eletrólise da água, processo de separação da molécula de água (H2O) em hidrogênio (H2) e oxigênio (O2). O hidrogênio de baixo carbono é crucial para a transição energética global porque pode ser produzido e consumido de maneira sustentável. É uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis colaborando diretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, minimizando os efeitos das mudanças climáticas.

Sobre a declaração

O documento propõe a adoção da metodologia ISO como referência para avaliar emissões de gases do efeito estufa como forma de análise do ciclo de vida do hidrogênio dentro dos processos industriais; e a promoção de ações público-privadas com o Fórum Internacional de Comércio de Hidrogênio (Ihtf) e com o Conselho do Hidrogênio sobre acordos comerciais de hidrogênio e seus derivados.