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Assassinatos de pessoas trans e travestis caem 16% em 2024, diz relatório; ainda há subnotificação

Pelo 15° ano seguido, Brasil continua a ser o país campeão em violência contra pessoas trans no mundo, diz a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra)

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De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgados nesta segunda-feira (27), 122 pessoas transexuais e travestis foram assassinadas no Brasil em 2024

Esse número é 16% menor em relação a 2023, quando registraram-se 145 ocorrências. 

Pelo menos cinco dos assassinatos de 2024 se deram contra pessoas ligadas a associações de defesa dos direitos humanos; uma das vítimas era suplente de vereadora, e outra já havia se candidatado a um cargo político, informa a Agência Brasil. 

Além disso, pelo menos 95,9% das vítimas (isto é, 117 pessoas) eram travestis e mulheres trans, e apenas cinco eram homens trans e pessoas transmasculinas.

Subnotificação

É possível que o número de mortes seja subnotificado, aponta a Antra, já que o acompanhamento oficial dos casos "não contempla ocorrências com vítimas LGBTQIA+ de maneira satisfatória", e os dados costumam ser inconsistentes em relação aos números oficiais e às ocorrências notificadas. 

"Não há dados desagregados sobre o assassinato de pessoas trans", prossegue a associação. 

Os maiores registros de assassinatos foram feitos entre os anos 2017 (quando o levantamento da Antra começou a ser feito), e 2020, com 179 e 175 mortes por assassinato, respectivamente. 

São Paulo lidera o ranking, com 16 assassinatos; e em segundo lugar vem Minas Gerais, com 12. O terceiro lugar, com 11 ocorrências, é do estado do Ceará.

Mas 83 casos, ou 68% de todos os registros, ocorreram em cidades do interior.

Apesar da redução de 16% em relação ao ano anterior, 2024 apresenta um aumento de 110% de casos em relação ao ano com o número mais baixo de mortes associadas à transexualidade: em 2008, foram 58 casos reportados. 

Após o ranking de 2024, o Brasil continua a ser o país campeão em violência contra pessoas trans no mundo. O título já dura 15 anos, de acordo com dados da Antra.

 

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