Prestes a voltar para o jornalismo esportivo na Globo, na apresentação da Central Olímpica ao lado de Fê Garay, Tadeu Schmidt concedeu uma longa entrevista à revista Quem em que saiu na defesa da filha Valentina, que há dois anos se declarou queer e parte da comunidade LGBTQIAPN+.
O termo é usado para definir pessoas cuja identidade ou orientação sexual não corresponde a ideias estabelecidas sobre sexualidade e gênero, especialmente às normas heterossexuais.
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O jornalista afirma que aprende muito com Valentina e lembrou uma gafe sobre a homossexualidade cometida quando apresentava o Fantástico, revista eletrônica dominical da Globo.
"Trouxe uma fala dos anos 80, achando que não era preconceituoso. Um colega me alertou que alguém tinha se assumido gay, e eu disse 'caramba, pensei que ele era homem'", lembrou.
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O apresentador disse, então, que foi corrigido pelo colega Murilo Salviano. "Ele falou 'Tadeu, homem ele é, ele não é hétero, ele é homossexual'. Fiquei meio desconfortável, 'não estou sendo preconceituoso' e, na verdade, eu estava usando um termo totalmente descabido, né?", contou.
"Foi um tropeço e fui evoluindo. Eu estava usando essa terminologia antiga de maneira equivocada. Aprendi e não uso mais", emendou.
Aos 49 anos e pai também de Laura, do casamento com Ana Cristina Schmidt, Tadeu questiona sobre "o que interessa a orientação sexual de alguém?" ao falar sobre Valentina e lembra dos tempos em que a homofobia era parte da sociedade.
"Eu cresci numa sociedade homofóbica. Sou de uma geração absolutamente homofóbica, que ia para o estádio e atacava o outro por xingamentos homofóbicos, que fazia piada homofóbica, que criticava alguém e falava assim 'ah, fulano tem sucesso, mas é gay, né?', como se isso fosse um problema", diz.
"Eramos mais preconceituosos no passado, estamos menos preconceituosos hoje e seremos muito menos preconceituosos no futuro até um ponto em que vai acabar o preconceito. É um caminho inexorável, não tem como voltar atrás", ressalta o jornalista.
Schmidt ainda faz um alerta aos pais que estão passando pela "descoberta" de um filho LGBT, dizendo que "não tem nada de errado. Não tem porque você ficar se preocupando, criticando. Não existe nada de errado na orientação sexual da pessoa. Isso diz respeito a ela".
"Errado é trair, é você ser um casal hétero e ter várias amantes. Errado é ser desonesto, ser mentiroso. Agora a orientação sexual da pessoa? Esquece isso", diz.