O ator Victor Meyniel, que foi espancado pelo estudante de medicina Yuri Alexandre, que está preso preventivamente pelo crime de homofobia, revelou em entrevista ao O Globo que o porteiro, que assistiu a toda a agressão sem fazer nada, o arrastou "porque estava atrapalhando a passagem".
“O porteiro ficou olhando Yuri me espancar e não ajudou. Ele até abriu o portão para ele passar e ir à academia. Sozinho, tentei me levantar e chamar a polícia. Até perguntei por que o porteiro não quis me ajudar. Enquanto estava caído, quase desacordado, o porteiro segurou a minha mão e me arrastou porque eu estava atrapalhando a passagem. Não queria que ele fosse um herói, apenas que tivesse sido humano", declarou Victor.
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Em seguida, Victor Meyniel afirma que, se visse alguém sendo agredido, ajudaria. "No lugar dele, se tivesse visto alguém sendo agredido, teria ajudado. Isso é uma questão de empatia. Meu rosto dói, minha mandíbula dói. A alma por si só está dolorida. Yuri passou cerca de 40 minutos na academia após me agredir e voltou para casa como se nada tivesse acontecido. A polícia estava no local e o parou. Tudo que quero é justiça”, relatou ainda o ator.
O momento em que Victor Meyniel foi arrastado pelo porteiro também foi registrado pelas câmeras de segurança. Confira abaixo:
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Defesa de agressor de Victor Meyniel toma atitude inacreditável para livrá-lo da cadeia
A defesa do estudante de medicina, Yuri de Moura Alexandre, que está preso pelo crime de homofobia após espancar o ator Victor Meyniel, tomou uma atitude inacreditável para tentar tirá-lo da cadeia.
Durante a audiência de custódia, realizada nesta segunda-feira (4), a defesa de Yuri apresentou uma certidão de casamento com outro homem para tentar livrá-lo da acusação de crime de homofobia. A Justiça recusou tal argumentação.
"É importante registrar que, embora o custodiado [Yuri] já tenha sido casado com outro homem e possua interesse em pessoas do mesmo sexo, tais fatos não impedem que ele tenha praticado o delito de lesão contra a vítima e a injuriado por homofobia", decretou o juiz Bruno Rodrigues Pinto, da Central de Custódia.
Falsidade ideológica
Em depoimento à 12ª DP (Copacabana), Yuri declarou que agrediu Victor por ter "desrespeitado sua esposa". O estudante de medicina também informou aos policiais que conheceu Victor em uma "balada".
Além disso, quando a Polícia Militar chegou ao prédio de Yuri para prendê-lo e prestar socorro a Victor, ele se identificou como militar e apresentou um crachá do Hospital Central da Aeronáutica. Na delegacia, ficou comprovado que era mentira: ele não era médico nem militar.
Dessa maneira, Yuri vai responder pelos crimes de lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica.