HOMOFOBIA

Victor Meyniel se pronuncia após espancamento: "nada sairá impune"

Indiciado por omissão de socorro, porteiro Gilmar José Agostini disse em depoimento que ator "chegou a desmaiar" ao levar "vários socos no rosto" desferidos por Yuri de Moura.

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O ator Victor Meyniel, que foi espancado covardemente na madrugada do último sábado (2), se pronunciou em mensagem nos stories de seu Instagram nesta segunda-feira (4) em que agradece o apoio e carinho dos seguidores e diz que está se recuperando "fisicamente e emocionalmente".

"Queria agradecer todas as mensagens que tenho recebido de carinho e apoio nesse momento e dizer que está tudo bem na medida do possível, me recuperando fisicamente e emocionalmente com uma rede de apoio infinita. Ontem foi um dia de um novo ciclo pra mim e aproveitei para me cercar de pessoas queridas e de muito amor", escreveu.

O ator ainda afirmou que "a justiça está sendo feita, nada sairá impune". 

"Obrigado mais uma vez pelo compadecimento de todos para comigo. Não somos um só", concluiu.

Em depoimento nesta segunda-feira, Gilmar José Agostini, porteiro do prédio que presenciou o espancamento feito por Yuri de Moura Alexandre, não explicou o motivo de ter se omitido durante a agressão.

Agostini assistiu inerte ao espancamento sentado. No depoimento, ele afirmou que o ator "chegou a desmaiar" ao levar "vários socos no rosto".

O porteiro ainda afirmou que “após dar vários socos em Victor, Yuri saiu do edifício e foi para a academia”, deixando a vítima “no chão, sem socorro”, e que “após alguns minutos resolveu prestar socorro a Victor”, interfonando ao síndico, que chamou a PM. Agostini foi autuado por omissão de socorro.

Homofobia

Victor relata que o ataque ocorreu por homofobia. O agressor vai responder por lesão corporal e por injúrias homofóbicas.

De acordo com a delegada Débora Rodrigues, da 12ª Delegacia de Polícia, Yuri afirmou que “bateu mesmo, não se arrependia e se achava no direito, que ele era médico e militar da aeronáutica”. Porém, segundo a delegada “ele parece ser residente, ele não é médico ainda". A polícia também não confirmou se ele seria do hospital da aeronáutica, mas afirma que apurou seus registros e o homem não é militar.

Ao ser procurado pela polícia, Yuri alegou que “teria conhecido Victor em uma ‘baladinha’ e esse teria desrespeitado sua esposa, e por essa razão o agrediu”.

Entenda o caso

Yuri e Victor se conheceram em uma boate em Copacabana, bairro do Rio, e depois seguiram para o apartamento de Yuri, onde trocaram beijos e conversaram, de acordo com a defesa da vítima. O agressor começou a ficar violento após uma mulher, que alega ser sua esposa, chegar ao local. Nesse momento, ele expulsou Meyniel da casa. 

Na portaria do prédio, Victor questionou a atitude violenta de Yuri. “Ele ficou maluco quando eu falei, na frente do porteiro: por que você está me enxotando, se a gente estava ficando, com beijos, com carinho?’ Aí ele olhou para o porteiro, o porteiro olhou para ele, e ele começou a bater”, relata Victor ao afirmar que o crime ocorreu por homofobia.

A partir dali, Yuri começa a dar socos em Victor, e depois sai do local, deixando o ator no chão. O porteiro permaneceu sentado assistindo à cena, e vai responder por omissão de socorro.

Victor prestou queixa na 12ª Delegacia de Polícia e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

"A gente precisa se conscientizar que agora homofobia é crime, homofobia, qualquer ato violento contra raça, gênero, sexualidade é crime. E as pessoas respondem por isso", diz Victor.