O Partido Novo, que gosta de se apresentar como uma "legenda liberal", não passa de mais um quadro de extrema direita e fundamentalista do Brasil.
Prova disso é que o Novo e o Instituto Brasileiro de Direito e Religião entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe a "associação de atividades de psicólogos a crenças e ações que estimulem ou sejam omissas em relação à intolerância" contra as minorias sociais.
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Com isso, o objetivo do Partido Novo é derrubar uma norma instituída pelo CFP em 1999 e que proibiu as chamadas "terapias de conversão sexual", também conhecida como "cura gay".
A ação protocolada no STF alega que a norma fere o direito de ir e vir e que, apesar de o Brasil ser laico, os profissionais da psicologia têm o direito de expressar uma religião de forma pública.
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No entanto, após longas investigações e denúncias, o que se comprovou ao longo da história é que psicólogos com vínculos a instituições religiosas promoviam a chamada "cura gay" sob o disfarce de "orientação para a vida".
De qualquer maneira, o texto apresentado pelo Novo ao STF é falacioso, visto que a norma do CFP não proíbe a prática ou expressão religiosa, mas determina que a clínica deve ser pautada por técnicas, teorias e métodos da ciência psicológica e nunca por valores religiosos.
A relatoria da ação do Novo, que busca legalizar a "cura gay", está com o ministro Alexandre de Moraes.
"Tentativa de liberar o crime de ódio"
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que o objetivo da ação do Novo é permitir que "psicólogos pratiquem intolerância religiosa, racismo, sexismo, capacitismo, LGBTfobia e outros preconceitos contra os próprios pacientes".
Para a deputada, trata-se de "uma tentativa absurda de liberar o crime de ódio em consultórios sob o pretexto de 'defender a religião'. Que religiões são essas?".
Um partido que se diz “novo” pediu no STF o fim da proibição que psicólogos pratiquem intolerância religiosa, racismo, sexismo, capacitismo, LGBTfobia e entre outros contra os próprios pacientes.
No processo, a desculpa é que essas proibições vão contra a “liberdade religiosa”… — ERIKA HILTON (@ErikakHilton) September 15, 2023