APLICATIVOS DE RELACIONAMENTO

Grindr: trabalhadores por trás do aplicativo querem se sindicalizar

Campanha lançada recentemente mostra preocupação com demissões e com ataques à população LGBTQIAP+

Aplicativo tem quase 13 milhões de usuários mensais.Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Escrito en LGBTQIAP+ el

Os aplicativos de relacionamento fazem parte da vida de muitas pessoas. Marcar encontros amorosos pela internet deixou de ser algo malvisto e já está presente no dia a dia de muitas pessoas. 

Entre esses aplicativos, há o Grindr, que é voltado para a comunidade LGBTQIAP+. Uma série de acontecimentos recentes levou os funcionários da plataforma a lançarem uma campanha de sindicalização na empresa. Entenda o que está acontecendo. 

Demissões e mais direitos LGBTQIAP+

A busca pela sindicalização tem dois motivos principais: a recente onda de ataques políticos contra pessoas LGBTQIAP+ e as demissões na indústria de tecnologia. Os trabalhadores também reivindicam que a empresa tenha um representante deles junto ao conselho. A prática é rara nos EUA.

As pautas levantadas pelos funcionários visam garantir benefícios existentes, como assistência médica inclusiva para pessoas trans e conquistar novas proteções, como transparência salarial e segurança no emprego. "Como membros e aliados de comunidades sistematicamente oprimidas, sabemos que a força está em trabalhar juntos, não sozinhos", diz a carta de lançamento da campanha.

Se conseguirem criar a associação, ela fará parte da Communications Workers of America (Trabalhadores da Comunicação dos Estados Unidos, em português). Trata-se do maior sindicato do ramo das comunicações e mídias e reúne cerca de 700 mil membros. Eles representam grupos como os trabalhadores de tecnologia do New York Times, testadores de jogos de vídeo da Microsoft e funcionários das lojas da Apple.

No anúncio, os funcionários do Grindr também apontam para o novo CEO da empresa, George Arison, que assumiu o cargo em outubro. Ele manifestou apoio ao governador republicano da Virgínia, Glenn Youngkin, que endossou várias políticas anti-LGBTQIAP+, como casamento igualitário e cuidados de saúde para pessoas trans.

"Essa necessidade urgente fica evidente pelas revelações em torno do apoio anterior do novo CEO a políticos anti-LGBTQIA+ no Twitter e por meio de doações políticas", disseram os trabalhadores. 

A carta também mostra preocupação com os usuários do aplicativo: "Queremos uma empresa construída para pessoas queer, não uma empresa construída para extrair riqueza dessas pessoas. E queremos construí-la juntos, unidos." 

A empresa, que foi vendida pela Beijing Kunlun Tech Co., da China, em 2020, abriu capital no ano passado por meio de uma fusão com a Tiga Acquisition Corp. Em 31 de março deste ano, o Grindr tinha 12,8 milhões de usuários ativos mensalmente. 

*Com informações do LA Times

Temas