Arqueólogos afirmam ter descoberto uma nova câmara funerária pertencente a um faraó egípcio até então não identificado, em região próxima à cidade de Abidos, um dos sítios de enterro mais importantes do Antigo Egito durante seu período dinástico [3.100 a.C. a 332 a.C.]. A tumba foi datada em cerca de 3.600 anos.
Construída com calcário, a tumba funerária do faraó misterioso foi encontrada sete metros abaixo do solo, na necrópole da Montanha Anúbis, informam os pesquisadores do Museu da Universidade da Pensilvânia, que trabalharam em conjunto a arqueólogos egípcios.
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É a segunda descoberta de uma tumba dinástica no ano, depois que times do Egito e do Reino Unido anunciaram, em fevereiro, a descoberta da tumba de Tutmés II, após mais de 100 anos da última descoberta dessa espécie.
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Os arqueólogos afirmam que a tumba recentemente descoberta em Abidos apresenta evidências de invasão, o que significa que pode ter sido saqueada ao longo dos anos. A cidade de Abidos, a 10 km das margens do Rio Nilo, onde a tumba foi encontrada, foi uma importante cidade do Egito Antigo, e local sagrado para o culto religioso de Osíris, o deus da morte, da ressurreição e do julgamento.
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As inscrições presentes na tumba, que deveriam revelar o nome do faraó sepultado ali, "não sobreviveram às depredações" feitas pelos antigos saqueadores de tumbas, conta o professor Josef Wegner, curador do Museu de Penn, no Egito, e um dos líderes da escavação.
De acordo com ele, a descoberta marca o "maior e mais antigo" dos túmulos da dinastia de Abidos, e pode haver outros na mesma área.
A tumba foi encontrada perto do complexo de Neferhotep I, um faraó poderoso da décima terceira dinastia, que reinou durante o Segundo Período Intermediário do Egito (entre 1747 a.c. e 1736 a.C.). Ela apresenta características arquitetônicas similares às de outras tumbas já escavadas na região, que remontam ao mesmo período.
A Dinastia de Abidos, evidencia Wegner, era uma entre quatro reinos rivais de sua época, e foi quebrada e reunificada ao longo do tempo.
Acredita-se que o novo faraó descoberto seja um predecessor de Seneb-Kay, o faraó cuja tumba foi descoberta em 2014, também por arqueólogos da Universidade de Pensilvânia, com hieróglifos que o identificavam como "Rei do Alto e Baixo Egito", e "Filho de Rá".
Sua linhagem vem de um pequeno grupo de governantes do Alto Egito que exerceram seu poder durante a crise que marcou a passagem da décima terceira à décima quinta dinastia egípcia.