Novas descobertas arqueológicas do Supremo Conselho de Antiguidades do Egito em Deir al-Bahari, um sítio arqueológico formado por templos mortuários e outras estruturas do Egito Antigo em Luxor, a antiga Tebas, revelaram, após três anos de escavações, artefatos históricos e tumbas datadas de até quatro mil anos atrás — da décima quinta dinastia (no período que compreende os anos de 1650-1550 a.C.) à décima oitava dinastia egípcia (1550-1292 a.C.).
Entre os objetos descobertos estão moedas de bronze com o rosto do imperador da Macedônia Alexandre, o Grande e blocos decorativos de uma antiga rainha egípcia com inscrições e ilustrações, cujas cores originais foram conservadas.
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Uma das descobertas reportadas nesta quinta-feira (9) corresponde a uma parte ainda intacta de um complexo funerário pertencente à Rainha Hatshepsut, a quinta faraó da 18ª dinastia do Egito (entre 1479-1458 a.C.), além de uma obra de arte composta por 1.500 blocos decorados com inscrições em baixo-relevo e cores preservadas.
O responsável pela descoberta, o arqueólogo Zahi Hawass, que liderou a missão, informa em comunicado do Supremo Conselho de Antiguidades que os cerca de 1.500 blocos decorados encontrados durante a escavação retratam Hatshepsut e seu sucessor, Tutmés III, em meio a rituais sagrados, na primeira descoberta de esquemas decorativos de um templo que data da 18ª dinastia.
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Sob a base do templo, os arqueólogos também descobriram um "conjunto de ferramentas cerimoniais" gravadas com o nome da rainha, informa a Forbes indiana.
Foram encontrados, além disso, os túmulos de diversos oficiais de alta patente da 18ª dinastia egípcia, escavados em rochas, e a tumba de um supervisor do palácio da Rainha Tetisheri, da 17ª dinastia, a avó de Amósis I, considerado o fundador da 18ª dinastia por seus esforços na expulsão dos hicsos, povo estrangeiro que havia tomado o controle do norte do Egito até o Delta do Nilo.
O supervisor da rainha, Djehuti Mes, morreu durante o nono ano do reinado de Amósis (que reinou entre 1550 a.C. e 1525 a.C.), de acordo com a inscrição de data encontrada na sua tumba.
As escavações ainda revelaram caixões de madeira pertencentes a adultos e a crianças; em alguns deles foram encontrados arcos e flechas que poderiam indicar formação militar, possivelmente durante o período de liberação da região do controle dos hicsos estrangeiros.
Diversas partes da necrópole (área destinada ao sepultamento) de Luxor têm sido reveladas ao longo dos últimos meses, como o Templo do Vale, que continha os reminiscentes da rainha Hatshepsut. Grande parte foi descoberta ainda no século 20, apesar de não ter sido propriamente documentada, informa o Times of Israel.
Moedas com o rosto de Alexandre, o Grande
De acordo com Hawass, as novas escavações podem "reconstruir a história" da região. Um dos artefatos encontrados tem uma importância histórica especial: algumas tumbas continham moedas de bronze que ilustravam Alexandre, o Grande, datadas da época de Ptolomeu I (367-283 dC), um dos generais de Alexandre e o fundador da dinastia ptolomaica no Egito durante o período helenístico.
Ptolomeu, que foi amigo próximo de Alexandre, lutou ao seu lado durante campanhas militares responsáveis por estabelecer um dos maiores impérios da Antiguidade. Ele herdou, após a morte de Alexandre (em 323 a.C.) e a divisão de seu império entre generais, o governo do Egito, no qual permaneceu até a sua morte.