Em campanha, o ex-presidente e candidato à Casa Branca para 2026, Donald Trump, fez um discurso bizarro na cidade de Manchester, em New Hampshire, nesta quirta-feira (28).
Durante o discurso, Trump atribui a Lênin a frase: "quem conta os votos é mais importante do que os candidatos". Lênin, contudo, nunca disse isso. A frase é comumente atribuída a Stálin, mas o ex-comandante chefe da União Soviética também nunca disse algo nesse sentido. Vale ressaltar que eleições representativas nos modelos da democracia ocidental não eram o padrão na estrutura política soviética, então, esse tipo de frase nem faria sentido no contexto bolchevique.
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A citação serviu para incentivar a narrativa de que as eleições de 2020 foram roubadas e que Trump, na verdade, teria ganhado de Joe Biden. É mentira. Trump tentou incessantemente achar falhas em urnas em 2020 e sequer um voto errado foi contabilizado.
Contudo, o vídeo viralizou por conta da pronúncia do nome russo. Longe de ser um marxista-leninista ou um russófilo, o ex-presidente se diz um conhecedor da forma russa para a pronúncia do nome de Vladimir Lenin, "como eles dizem na Rússia". É bizarro.
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À título de comparação, ouça como Vladimir Putin - de fato, um russo - pronuncia o nome de Lênin:
A corrida para 2024
O ex-presidente dos EUA - que está sendo julgado por estupro e por 34 acusações de corrupção - é favorito na corrida para a Casa Branca e conserva liderança na maioria nas pesquisas contra o atual mandatário estadunidense, Joe Biden.
Dentro do partido republicano, o principal empecilho para Trump é o governador da Flórida, Ron DeSantis, que tem avançado drasticamente em pautas anti-LGBT e anti-aborto em seu estado.
Desde sua transformação em réu por um caso de corrupção envolvendo suborno com dinheiro de campanha à atriz pornô Stormy Daniels, Trump têm crescido nas pesquisas e reforçado seu caráter de candidato anti-establishment.
Ao mesmo tempo, as investigações sobre o ataque ao Capitólio em 8 de janeiro 2021 tem avançado em nível parlamentar e no nível judicial, e além do caso de corrupção, pode ser responsabilizado pela tentativa de golpe contra o resultado eleitoral em Washington.
Além disso, Trump é acusado de estuprar a jornalista E. Jean Carroll entre 1995 e 1996. O crime prescreveu, mas no ano passado, uma lei entrou em vigor em Nova York uma lei que autoriza, durante um ano, que vítimas de ataques sexuais apresentem ações na esfera civil.