EXTREMA-DIREITA

Trump e Bannon orientaram família de Bolsonaro a não reconhecer eleições

Eduardo Bolsonaro teria se reunido com aliados de Trump nos Estados Unidos. A informação é da publicação The Washington Post

Extrema-direita.Eduardo ao lado do pai e de Trump, em encontro do G20 realizado em 2019.Créditos: Reprodução/Instagram
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Donald Trump foi um dos representantes da extrema direita com quem o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se encontrou nos Estados Unidos, de acordo com a publicação estadunidense The Washington Post. O parlamentar brasileiro teria sido aconselhado a contestar o resultado das eleições presidenciais que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em um resort localizado em Palm Beach, na Flórida, a reunião teria se dado após o pleito. Além do ex-presidente dos Estados Unidos, o veículo de imprensa informa que Eduardo Bolsonaro esteve também com Steve Bannon, estrategista-chefe da Casa Branca no governo Trump, e com o ex-porta-voz de sua campanha e CEO da rede social Gettr, Jason Miller.

Logo após o dia da votação do segundo turno, 30 de outubro, Eduardo defendeu que o pai, Jair Bolsonaro (PL), não reconhecesse o resultado das eleições, enquanto o outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tinha posição contrária.

Condenado

No mês de outubro, Bannon foi condenado a quatro meses de prisão por se recusar a cooperar com a Justiça no inquérito que investiga o ataque de ultradireitistas ao Capitólio, o Congresso dos EUA, que deixou cinco mortos. O juiz distrital dos EUA Carl Nichols também ordenou que ele pague uma multa de US$ 6.500 (aproximadamente R$ 34 mil).

De acordo com a Carta Capital, “Nos meses que antecederam a vitória eleitoral de Trump, em 2016, Bannon passou a denunciar uma suposta ordem mundial controlada pelas elites políticas e financeiras, ideias que defendia dirigindo um famoso site da ‘direita alternativa’ – movimento associado a teses conspiratórias”.

Atos golpistas

No Brasil, as ações de questionamento das eleições seguem sendo renovadas. Em uma tentativa recente de tumultuar o processo, o Partido Liberal, legenda do presidente Bolsonaro, apresentou uma petição pedindo a anulação de quase 60% das urnas no segundo turno. Logo depois, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou que o PL entregasse em 24 horas também o número de urnas que deveriam ter os votos anulados no primeiro turno, já que os aparelhos foram os mesmos usados no segundo turno. A legenda, no entanto, insistiu em questionar apenas os resultados do segundo turno. Em resposta, o presidente do TSE indeferiu a ação e aplicou multa de R$ 22,9 milhões ao partido por litigância de má-fé. O ministro ainda determinou a suspensão do Fundo Partidário. 

Além disso, lideranças da extrema-direita incitam apoiadores radicais a seguir com atos golpistas pelo país, em acampamentos em frente a quartéis ou bloqueios de estradas.