CHINA EM FOCO

China rebate ataques da União Europeia no G7 sobre comércio global

Pequim responde a Ursula von der Leyen, que tenta se alinhar a Donald Trump em acusações contra a potência asiática

Pequim responde a Ursula von der Leyen, que tenta se alinhar a Donald Trump em acusações contra a potência asiática
China rebate ataques da União Europeia no G7 sobre comércio global.Pequim responde a Ursula von der Leyen, que tenta se alinhar a Donald Trump em acusações contra a potência asiáticaCréditos: União Europeia
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A presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tentou encontrar um terreno comum com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Cúpula do G7 e acusou a China de ignorar as regras comerciais globais e de apoiar as empresas chinesas com subsídios maciços.

Durante coletiva regular de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da China nesta quarta-feira (18), o porta-voz Guo Jiakun expressou forte insatisfação e oposição firme e classificou as declarações de von der Leyen de infundadas e tendenciosas e que refletem padrões duplos.

Guo comentou que a política de subsídios industriais da China segue os princípios de abertura, imparcialidade e conformidade, e adere estritamente às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

“As indústrias chinesas prosperaram devido ao trabalho árduo da China em inovação, cadeias industriais e de suprimentos bem estabelecidas, participação total na competição de mercado e abundância de recursos humanos. Elas dependem de suas próprias capacidades, não de subsídios”, observou o porta-voz.

Guo destacou que o setor de novas energias da China tem contribuído enormemente para as ações climáticas globais e a transição energética. 

“O alegado ‘excesso de capacidade’ não passa de um pretexto usado por certos países para adotar uma postura protecionista, simplesmente porque temem pela própria competitividade e participação no mercado. O problema não é o ‘excesso de capacidade’, mas o ‘excesso de ansiedade’”, destacou.

O porta-voz observou que, nos últimos anos, a União Europeia (UE) tem adotado políticas industriais com subsídios massivos e apoio às empresas europeias. Chegou até a pedir publicamente uma "preferência europeia". 

Dados disponíveis mostram que, de 2021 a 2030, a UE fornecerá mais de 1,44 trilhões de euros em subsídios. Até 2024, mais de 300 bilhões de euros já haviam sido emitidos em subsídios. 

“A UE também lançou uma série de ferramentas econômicas e comerciais. A UE está trabalhando para impulsionar seu crescimento e competitividade. Isso requer abandonar o padrão duplo, ser mais aberta e abraçar a cooperação”, afirmou o porta-voz.

Guo destacou que, nos últimos 50 anos, desde o estabelecimento das relações diplomáticas, a cooperação China-UE gerou resultados frutíferos que beneficiaram ambos os lados. Ele reforçou que a China continuará comprometida com uma abertura de alto padrão e que isso continuará a proporcionar vasto mercado e oportunidades de crescimento para as empresas europeias. 

“A China está pronta para aumentar a comunicação e coordenação com a UE, tratar adequadamente as diferenças comerciais e alcançar uma prosperidade compartilhada e de ganho mútuo. Dito isso, nos opomos firmemente a qualquer tentativa de prejudicar o direito da China ao desenvolvimento ou até mesmo afirmar interesses próprios em detrimento da China”, encerrou.

União Europeia no G7

A fala da presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi feita durante uma sessão sobre a economia global na Cúpula do G7 em Kananaskis, no Canadá, nesta terça-feira (17). 

Em uma tentativa para se aproximar de Donald Trump, ela comentou que o sistema comercial global atual não está funcionando como deveria. Para ela, faltam claramente proteções. 

“Nesse ponto, Donald [Trump] está certo – há um problema sério. Mas sentimos fortemente que os maiores desafios não são o comércio entre os países do G7”, disse.

Ela elencou que a China é a fonte do maior problema coletivo do comércio global que tem como origem a adesão do país asiático à OMC em 2001.

“A China ainda se define como um país em desenvolvimento. Isso não pode ser. A China tem mostrado amplamente sua falta de vontade de viver dentro das restrições do sistema internacional baseado em regras. Enquanto outros abriram seus mercados, a China se concentrou em minar a proteção de propriedade intelectual, oferecendo subsídios massivos com o objetivo de dominar a manufatura e as cadeias de suprimento globais. Isso não é competição de mercado – é distorção com intenção. E enfraquece nossos setores manufatureiros”, acusou.

A presidenta da Comissão Europeia afirmou que a China é o problema que as maiores economias do mundo precisam resolver juntas. “As economias do G7 representam 45% do PIB global – e mais de 80% da receita de propriedade intelectual. Isso é uma alavanca – se a usarmos juntas”, conclamou.

Ela instou os representantes dos outros países a canalizar essa alavanca para construir cadeias de suprimentos resilientes; fortalecer a liderança tecnológica e industrial e reformar as regras do comércio global para que reflitam as realidades econômicas de hoje. 

“É por isso que estou trabalhando de perto com Donald [Trump] para alcançar um acordo comercial mutuamente benéfico – que reflita as forças de nossas economias e apoie nossas empresas, trabalhadores e consumidores”, disse.

Leia aqui o comunicado na íntegra (em inglês).
 

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