CHINA EM FOCO

China responde ao pacote de tarifas de Donald Trump

Autoridades do país se pronunciaram após Washington implementar tarifas de até 54%

Porta-voz do ministério de Relações Exteriores Guo Jiakun
Porta-voz do ministério de Relações Exteriores Guo JiakunCréditos: MFA
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Nesta quarta-feira (2), Donald Trump anunciou uma tarifa base global a todos os países do mundo. Um dos países mais afetados é a China, que recebeu uma tarifação de seus produtos na ordem 34%, se somando a uma tarifa anterior de 20%.

No total, os estadunidenses vão pagar 54% a mais por produtos oriundos da China através das novas medidas protecionista implementadas por Donald Trump.

A nova trava ao comércio global imposta pela Casa Branca foi alvo de reclamações de Pequim, que exigiu a remoção imediata das barreiras tarifárias.

"Não há vencedor em uma guerra comercial, e o protecionismo não leva a lugar nenhum. A China pede que os EUA removam imediatamente as tarifas unilaterais e resolvam as diferenças com os parceiros comerciais por meio do diálogo", disse um porta-voz do ministério de Comércio da China, citado pelo Global Times.

O porta-voz do ministério de Relações Exteriores Guo Jiakun afirmou que "a China se opõe fortemente à ação dos EUA e tomará resolutamente contramedidas para salvaguardar seus interesses legítimos", disse. "A China insta os EUA a corrigir imediatamente seus erros e resolver disputas comerciais com a China e outros países por meio de um diálogo igualitário, respeitoso e mutuamente benéfico", enfatizou o porta-voz.

Histórico das tarifas no governo Trump 2

A guerra comercial de Trump contra a China começou em 2017, sendo uma continuação da política de inimizade iniciada pelos governos Obama. Na sequência, Joe Biden intensificou as pressões protecionistas contra Pequim, que chegam ao seu ápice neste início de governo republicano.

Em 20 de janeiro, Trump assinou a Política Comercial "América Primeiro", iniciando uma investigação sobre o déficit comercial dos EUA e sugerindo tarifas adicionais. No dia 1º de fevereiro, impôs uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, alegando combate ao tráfico de fentanil, e eliminou a isenção de para pacotes abaixo de US$ 800.

Em resposta, a China aplicou tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e automóveis. Também restringiu a exportação de 25 metais raros essenciais para a indústria tecnológica e aeroespacial dos EUA.

Em 10 de fevereiro, os EUA ampliaram as tarifas sobre metais: 25% sobre todas as importações de aço e de 10% para 25% no alumínio. No dia 13, Trump aprovou um plano de tarifas recíprocas, avaliando barreiras comerciais e políticas cambiais de parceiros comerciais. Já no dia 21, os EUA restringiram investimentos chineses em setores estratégicos, como tecnologia, infraestrutura e energia.

No início de março, Trump elevou a tarifa sobre produtos chineses para 20%, e no dia 4 a China responde com tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA: 15% para trigo, milho, algodão e frango, além de 10% para soja, carne bovina e suína, frutos do mar, frutas e laticínios. No dia 26, os EUA impuseram uma tarifa de 25% sobre veículos e autopeças importados, abrangendo motores, transmissões e componentes elétricos.

No dia 2 de abril, Trump eleva ainda mais a pressão sobre a China, impondo uma tarifa adicional de 34%, elevando o total para 54% sobre produtos chineses. Além disso, uma tarifa universal de 10% passa a ser aplicada a todas as importações nos EUA.

A partir do dia 3, a tarifa de 25% sobre automóveis entra em vigor, seguida pela tarifa universal no dia 5. Contudo, alguns itens serão isentos de tarifas: transferências de valores pessoais, doações, materiais de informação ou ítens pessoais. O aço e alumínio terão tarifas fixadas em 25%, de acordo com o artigo 232, que também afetou Brasil e outros produtores das ligas. 

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