CHINA EM FOCO

China desmente Trump sobre negociações de tarifas: "Isso é falso"

Autoridades americanas tem falado sobre acordo sem consultar a China

Créditos: Xinhua / Flickr The White House
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A China negou oficialmente nesta quinta-feira (24) que esteja em curso qualquer tipo de negociação ou consulta com os Estados Unidos sobre tarifas comerciais.

A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Guo Jiakun durante sua coletiva de imprensa diária, desmentindo informações divulgadas por veículos de mídia norte-americanos sobre um possível acordo iminente entre os dois países.

“Isso é falso. Não há consulta nem negociação em andamento, muito menos um acordo”, afirmou Guo. Ele reiterou a posição da China de que está aberta ao diálogo, desde que seja baseado na igualdade, respeito mútuo e benefícios recíprocos. “Se for necessário lutar, lutaremos. Mas as portas estão abertas ao diálogo”, completou.

A resposta chinesa surge em um momento de mensagens contraditórias vindas de Washington. Enquanto o presidente Donald Trump afirmou que as tarifas sobre produtos chineses “vão cair substancialmente”, sua porta-voz Karoline Leavitt e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, negaram qualquer plano de redução unilateral das tarifas.

Trump tem falado sobre um "ótimo acordo", mas não existem negociações em curso segundo os próprios chineses. E, apesar do endurecimento retórico, a administração Trump enfrenta crescente pressão interna.

Líderes de grandes redes varejistas americanas — Walmart, Target e Home Depot — reuniram-se com o presidente para alertar que as tarifas estão elevando os preços para os consumidores e ameaçam a cadeia de suprimentos, podendo levar a escassez de produtos nas prateleiras e mais inflação.

Além disso, doze estados norte-americanos — incluindo Nova York, Califórnia e Illinois — moveram uma ação judicial contra o governo federal alegando que a imposição das tarifas é ilegal, pois cabe ao Congresso, e não ao Executivo, estabelecer esse tipo de medida.

A ação também argumenta que as tarifas violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e causam danos substanciais à economia americana.

Segundo estimativas da Federação Nacional do Varejo dos EUA, as tarifas podem custar até US$ 78 bilhões por ano aos consumidores americanos em apenas seis categorias de produtos.

A guerra tarifária, iniciada pelos EUA, continua sem solução à vista — e agora não apenas com repercussões internacionais, mas também cada vez mais desgastada dentro do próprio território americano.

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