Nestaa quinta-feira (10), a Administração Cinematográfica da China anunciou planos para reduzir moderadamente a importação de filmes dos EUA.
O comunicado vinculou a decisão à guerra comercial que se desenrola após a ofensiva tarifária do governo estadunidense, destacando que as tarifas impostas pelos EUA a produtos chineses impactaram a receptividade do público local.
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“A imposição de tarifas excessivas diminui a boa vontade do espectador chinês em relação aos filmes norte-americanos”, afirmou um porta-voz, ressaltando que a medida seguirá “a lei do mercado e a escolha consciente do público”.
Dados de 2018 indicavam que mais de US$ 8 bilhões das bilheterias de Hollywood eram provenientes da China, o que consolidou o mercado como o maior fora dos Estados Unidos.
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Filmes como Warcraft (2016) e Velozes e Furiosos 7 (2015) obtiveram receitas maiores na China do que na América do Norte, tornando o país um pilar para o lucro global dos estúdios norte-americanos.
Uma drástica mudança
Contudo, esse cenário começa a se transformar. Com o amadurecimento do público e o avanço técnico dos estúdios locais, a China não apenas produz sucessos domésticos, mas redefine seu lugar no cinema mundial.
O argumento encontra respaldo no sucesso recente de produções nacionais. Em 2019, oito dos dez filmes mais lucrativos no país eram chineses.
Em 2024, a animação local Ne Zha 2 arrecadou US$ 2,1 bilhões, se tornando a animação mais lucrativa da história do cinema graças ao mercado chinês.
Com a nova decisão da Administração Cinematográfica da China, o impacto da perda parcial do mercado chinês pode significar uma diminuição significativa nos lucros de Hollywood.
Enquanto a China avança rumo à autossuficiência cinematográfica, o cinema norte-americano enfrenta uma crise para entrar em novos mercados, com a ascensão das produções locais.
A transformação do mercado chinês não é apenas um capítulo local, mas um reflexo de um cinema mundial em reconfiguração — onde narrativas diversas e vozes regionais ganham protagonismo, desafiando antigas hierarquias do soft power estadunidense.