A China reforçou seu compromisso de cooperação com os países da América Latina e do Caribe (ALC) sem cálculos geopolíticos ou busca por zonas de influência, afirmou o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, nesta sexta-feira (7).
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A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa paralela à sessão anual da Assembleia Popular Nacional (ANP), principal órgão legislativo da China, parte das Duas Sessões, que ocorre simultaneamente com a reunião da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC).
Wang destacou que o relacionamento sino-latino-americano segue os princípios de igualdade e benefício mútuo, oferecendo opções confiáveis para o desenvolvimento da região.
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"O que os povos da América Latina e do Caribe desejam é construir sua própria casa, e não se tornar o quintal de alguém. O que aspiram é independência e autodeterminação, e não a Doutrina Monroe", declarou Wang, em referência à política dos Estados Unidos que historicamente buscou influência na região.
O chanceler lembrou ainda que este ano marca o 10º aniversário do lançamento formal do Fórum China-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), e que a China sediará a Quarta Reunião Ministerial do Fórum no primeiro semestre.
A pergunta a Wang foi feita pelo correspondente da Folha de S. Paulo em Pequim, Nelson de Sá, e registrada pela jornalista Isabela Shi, da CGTN em Português, antiga Rádio China Internacional.
Confira o momento:
Diplomacia de chefes de Estado fortalece laços globais da China
Wang Yi apresentou um balanço da diplomacia chinesa entre chefes de Estado, destacando avanços significativos nas relações internacionais da China.
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Segundo o ministro, em 2024, o presidente Xi Jinping conduziu pessoalmente a política externa do país, resultando em marcos importantes. Entre eles, estão a conferência de 70 anos dos Cinco Princípios de Coexistência Pacífica, a Cúpula de Pequim do Fórum de Cooperação China-África e o Fórum de Cooperação China-Estados Árabes.
Para 2025, a China prevê novos eventos estratégicos, incluindo a comemoração dos 80 anos da vitória na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa e a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai.
China reafirma soberania sobre Taiwan e alerta contra intervenções externas
A China reforçou que Taiwan é uma parte inalienável de seu território, alertando contra qualquer tentativa de "independência".
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Wang Yi destacou que 2025 marca o 80º aniversário da recuperação de Taiwan e lembrou que a soberania chinesa sobre a ilha foi reconhecida por acordos internacionais do pós-guerra, incluindo a Declaração do Cairo e a Proclamação de Potsdam.
O chanceler também criticou ações externas que tentam interferir na questão, alertando que tais movimentos ameaçam a estabilidade no Estreito de Taiwan.
"A China alcançará a reunificação, e isso é inevitável", afirmou Wang.
China critica tarifas dos EUA e reforça compromisso contra o fentanil
A China adotará contramedidas em resposta às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, que usaram a questão do fentanil como justificativa para medidas comerciais mais rígidas.
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Wang Yi enfatizou que o abuso de fentanil nos EUA é um problema interno e que a China já implementa algumas das políticas antidrogas mais rigorosas do mundo.
"Desde 2019, a China incluiu todas as substâncias relacionadas ao fentanil na lista de substâncias controladas, atendendo a um pedido dos EUA", afirmou o chanceler.
China expressa apoio à paz em Gaza e pede solução política
A China apoia o plano de restauração da paz em Gaza, proposto pelo Egito e outros países árabes, afirmou Wang Yi.
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O chanceler enfatizou a necessidade de um cessar-fogo imediato e a proteção de civis, reforçando a posição chinesa de buscar uma solução política para o conflito.
Além disso, Pequim tem defendido maior envolvimento da comunidade internacional para garantir a segurança e a estabilidade na região.
"A China continuará a apoiar os esforços diplomáticos para resolver a crise em Gaza e promover uma paz justa e duradoura", declarou Wang.
China reforça laços com a União Europeia
A China mantém confiança na Europa e acredita que a União Europeia pode ser uma parceira confiável, afirmou Wang Yi.
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O ministro destacou que 2025 marca os 50 anos das relações diplomáticas entre China e UE, período em que o comércio bilateral cresceu de US$ 2,4 bilhões para US$ 780 bilhões.
Wang ressaltou que a cooperação sino-européia tem grande valor estratégico e que ambas as partes devem priorizar o diálogo para resolver questões pendentes.
"Uma relação saudável e estável beneficiará ambos os lados e contribuirá para um mundo melhor", disse Wang.
China se posiciona como pilar de estabilidade global
A China continuará a fornecer apoio estratégico para sua modernização e atuar como um fator de estabilidade no cenário global, afirmou Wang Yi.
"Vivemos em um mundo de mudanças e incertezas, e a diplomacia chinesa continuará do lado certo da história e do progresso humano", declarou o chanceler.
Ele também ressaltou o compromisso da China com o verdadeiro multilateralismo e a defesa do sistema global de livre comércio.
"Seguiremos ampliando nossa abertura e compartilhando com todos os países as oportunidades trazidas pela modernização da China", concluiu Wang.
